O município de Iaçu, na região da Chapada Diamantina, já pode exportar manga para os mais exigentes mercados consumidores. A estimativa de produção é de 3 mil toneladas/ano de manga da variedade Kenth, Palmer e Tommy para os Estados Unidos, Canadá, além do mercado interno. Até chegar nesta etapa, o Grupo Iaçu Agropastoril Ltda, responsável pela Fazenda Santa Cruz, precisou seguir um rigoroso protocolo de medidas fitossanitárias, sob o Sistema de Mitigação de Risco para Mosca-das-frutas (SMS), junto à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura do estado (Seagri), e regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“A Fazenda Santa Cruz é a única propriedade produtora de manga no município, iniciando o plantio em 1996, sendo que em 2000 começou o monitoramento, mantendo-o até março de 2012, antes mesmo de tornar-se apto a exportar”, informa o presidente do grupo, André Augusto Zanchetta Briso, responsável pelo passo inicial das atividades direcionadas à exportação. Em outubro de 2013, atendendo as exigências da Instrução Normativa Nº 20 de 13 de julho de 2010, as ações de controle da mosca-das-frutas foram retomadas, seguindo estudo e mapeamento da propriedade diante da praga que está entre as principais da fruticultura mundial, responsáveis por perdas econômicas superiores a US$ 80 milhões por ano.
A coordenadora do Projeto estadual de controle da moscas-das-frutas, Rita de Cássia Oliveira, explica que o papel da Adab nesta etapa foi fundamental, pois a equipe técnica realizou o cadastramento e inspeção das lavouras, onde é observado o levantamento fitossanitário da praga, com a instalação de armadilhas e o registro de densidade populacional da mosca-das-frutas; o controle de qualidade do monitoramento, bem como levantou as possíveis rotas de escoamento. Atualmente o Grupo Iaçu possui aproximados 98 hectares de manga, todos com monitoramento instalado, sendo 29 armadilhas – 20 Jackson para a Ceratitis Captata com atrativo sexual e 9 McPhail para Anastrephas sp e também Ceratitis capitata, utilizando atrativo alimentar.
“O trabalho foi intenso, mas gratificante, quando acompanhamos os resultados, já que, após análise do Ministério da Agricultura e posterior auditoria, ocorrida em junho deste ano, foi reconhecido o baixo risco para mosca-das-frutas em cultivo de mangueira para o município de Iaçu”, esclarece Rita de Cássia.
A Bahia ocupa o segundo lugar no ranking nacional de produção e exportação de frutas frescas e a expectativa do diretor geral da Adab, Oziel Oliveira, é ampliar ainda mais a cadeia produtiva da manga no Estado. “Os Governos Federal e Estadual estão trabalhando para superar as barreiras sanitárias do mercado internacional, cumprindo com o compromisso de desenvolver a agricultura respaldada pela defesa agropecuária. Este reconhecimento promove a abertura para mercados exigentes em segurança quarentenária, agregando valor ao produto e colocando o município de Iaçu no cenário das exportações brasileiras”.
O diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, completa que a Bahia tem o apoio de todos os elos da cadeia produtiva para fortalecer o agronegócio baiano. “O ganho é para o agricultor, que vai colocar um produto brasileiro de qualidade no mercado internacional, para o consumidor que terá a garantia de uma fruta saudável em sua mesa e para a Adab que cumpre com o seu papel de fiscalizar a produção: do plantio, passando por manejo, colheita e controle de pragas”.
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