Em força-tarefa para a construção de um diálogo para que o Brasil saia da atual crise política e fiscal, o governador da Bahia, Rui Costa, se uniu a outros governadores do país para apresentar o posicionamento dos estados ao Congresso Nacional e conquistar adesão a essa agenda. Uma primeira reunião foi realizada na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (16), quando Rui defendeu um pacto de governança pelo país, com mais responsabilidade e envolvimento de todos os eleitos pela sociedade – governadores, prefeitos, deputados e senadores.
A reunião teve a participação dos governadores Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, Welington Dias, Piauí, Camilo Santana, Ceará, Renan Filho, de Alagoas, Marcelo, do Tocantins, e o governador em exercício do estado de Sergipe, Belivaldo Chagas. Além dos vices-governadores, da Paraíba, Lígia Feliciano, e do Acre, Nazareth Lambert.
Ao se colocar à disposição para o diálogo e uma saída negociada, deixando claro que este também é o posicionamento dos colegas presentes, Rui disse que “é preciso construir a solução que os brasileiros esperam”. Questionado sobre a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governador respondeu de maneira enfática: o nosso debate é a construção de um pacto entre municípios, estados, Congresso Nacional. Então, é muito mais do que o debate da CPMF. Estamos aqui dispostos a ser parte, a construir e negociar”.
Conforme o governador, a mobilização não tem carimbo partidário e o trabalho precisa ser de todos. “Nós, com cargos públicos, com responsabilidade pública, não podemos ficar apenas na negativa. Uma proposta foi colocada na mesa [pelo Governo Federal] e vamos nos colocar à disposição para uma saída negociada”.
Rui explicou que, entre as medidas estruturantes desse pacto, está a previdência, área mais preocupante para os governadores. Ele citou o exemplo do déficit da Bahia. “Colocamos R$ 2,5 bilhões para tapar o buraco da previdência. No Rio são R$ 11 bilhões, Rio Grande do Sul R$ 9 bilhões”. O governador lembrou do atraso e do parcelamento de salários de servidores públicos ocorridos, neste ano, em várias unidades da federação. Um outro exemplo da delicada situação que os estados estão passando.
Governadores que não puderam estar presente também já aderiram à mobilização, a exemplo do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e do governador de Minas, Fernando Pimentel. Na conta dos presentes, mais de 20 chefes do Executivo nos estados fecharam compromisso para a construção do diálogo. Na tarde desta quarta, os governadores seguirão para o Senado, onde serão recebidos pelo presidente da Casa, Renan Calheiros.