O Brasil brilhou intensamente na VII Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (VII OLAA), realizada entre os dias 27 de setembro e 04 de outubro, nas cidades do Rio de Janeiro e de Barra do Piraí (RJ). Nossa delegação de estudantes ficou em 1º lugar no quadro geral de medalhas, com quatro de ouro e uma de prata. Foi o melhor resultado, até hoje, entre todas as edições do evento. O ouro ficou com os estudantes Gustavo Guedes Faria (São José dos Campos, SP), Vítor Gomes Pires (São Paulo, SP), Renner Leite Lucena (Fortaleza, CE) e Ana Paula Lopes Schuch (Porto Alegre, RS). Já o jovem Leonardo Henrique Martins Florentino (São Paulo, SP) levou a prata. À frente do grupo brasileiro, estavam os professores Júlio César Klafke (Universidade Paulista, UNIP) e Thiago Paulin Caraviello (Colégio Etapa).
Mas as conquistas não pararam por aí. Gustavo Guedes teve a maior nota geral entre todos os participantes e, empatado com Vítor Gomes, faturou a premiação especial de melhor prova por equipes. Já Ana Paula fez a melhor prova individual. Essa foi a terceira vez em que o Brasil sediou o evento. Com o resultado, chegamos, no total das sete olimpíadas, à marca de 20 medalhas de ouro, 13 de prata e duas de bronze. A OLAA reuniu 38 alunos do ensino médio de oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai. Todos se classificaram por meio das olimpíadas nacionais de astronomia e astronáutica de seus respectivos países.
A OLAA
A abertura da VII OLAA e a prova de planetário foram realizadas no Planetário da Gávea, na cidade Rio de Janeiro. De lá, as delegações seguiram para o Hotel Fazenda Ribeirão, na cidade de Barra do Piraí, onde ocorreram as demais atividades. O programa contou com visitas ao Observatório do Pico dos Dias (Brazópolis, MG) e ao Pão de Açúcar. As provas da olimpíada foram divididas em teoria, prática e reconhecimento do céu. A prova teórica foi realizada em duas etapas, individual e em grupo, mesclando as delegações. Os estudantes ainda participaram de uma competição de lançamento de foguetes em grupos multinacionais. Houve ainda avaliações individuais que exigiram o reconhecimento do céu real e o manuseio de telescópio.
Segundo o Dr. João Batista Garcia Canalle, presidente da OLAA e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a olimpíada científica promoveu o intercâmbio de conhecimentos entre os alunos e o de experiências didáticas entre os professores que lideraram os grupos. “Por meio de iniciativas como a OLAA, desejamos unir as nações, fomentar e popularizar a astronomia e a astronáutica entre os países participantes e despertar o interesse nos jovens pela astronomia e pelas ciências aeroespaciais”, destaca. “O objetivo principal não é a competição entre países. A OLAA é uma grande oportunidade de integração internacional entre as nações que estiveram aqui reunidas”, reforça.
A olimpíada latino-americana é a única modalidade internacional a realizar provas em que alunos de diferentes países são avaliados também em grupos multinacionais. Além disso, é a única olimpíada que obriga que os grupos sejam de ambos os gêneros. “Queremos dar oportunidades a meninos e meninas de participarem”. “Ao promover as provas em grupos multinacionais, o objetivo é mostrar aos participantes que a ciência se faz em grupos e entre pessoas de diferentes países. Esta é a filosofia das provas, tanto a teórica quanto a de foguetes”, ressalta o astrônomo.
A expectativa para 2016 é de que o número de países participantes aumente. O Peru é um dos postulantes, tendo enviado, nesta edição, o professor Rafael Reyes para conhecer o evento. A VIII OLAA já tem o seu país-sede definido: a Argentina.
Preparação
Para os líderes da delegação brasileira, o resultado expressivo tem uma explicação: a preparação dos jovens. Os alunos olímpicos participaram de uma série de treinamentos. Eles estudaram com especialistas no Observatório Abrahão de Moraes, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Depois, conheceram e aprenderam mais sobre a disciplina no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Brazópolis (MG). As aulas tinham como objetivo intensificar a preparação dos alunos.
Como participar
Para participar de uma das equipes internacionais, o candidato precisa inicialmente de uma excelente pontuação na prova nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Em seguida, é preciso fazer as seletivas online. E, caso seja classificado, o estudante realiza uma prova final presencial. Depois de todo esse processo, os selecionados para compor as equipes realizam treinamentos intensivos, em que aprendem a operar telescópios, a construir foguetes e bases de lançamento e aprimoram seus conhecimentos sobre astronomia.