A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram no mundo, a cada ano, 12 milhões de novos casos de sífilis, doença que na gestação é responsável por 29% de óbitos perinatal (feto ou recém-nascido), 11% de óbitos neonatais (primeira semana) e 26% de natimortos (morte dentro do útero ou na hora do parto). Com o objetivo de dar maior visibilidade à sífilis, sobretudo a congênita, como grave problema de saúde pública na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Grupo de Trabalho de Combate à Sífilis Congênita, realizará uma série de atividades para marcar o Dia de Combate à Sífilis (terceiro sábado do mês de outubro).
Na Bahia, no primeiro semestre deste ano, foram notificados 733 casos, sendo 430 em pacientes do sexo feminino, 303, do masculino, e 558 casos congênita. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis – Regional Bahia (SBDST/Ba) e o Ministério Público do Estado, as atividades são voltadas para profissionais de saúde que atuam na assistência e gestores, com o propósito de contribuir para a detecção precoce dos casos de sífilis e discutir sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento adequado e oportuno, sobretudo no pré-natal.
A proposta é contar com a participação dos trabalhadores de saúde dos diversos níveis de assistência e vigilância, e de universidades que atuam junto à comunidade e enfrentam dificuldades no combate à sífilis no dia a dia de suas atividades. É considerado fundamental realizar o tratamento precoce adequado do paciente e seus parceiros sexuais e ações de prevenção, com o objetivo de informar a população sobre a doença e formar de evitá-la, buscando interromper a cadeia de transmissão, conforme alertam os especialistas.
As atividades programadas incluem palestras, mesa redonda e sessão científica, a serem iniciadas nesta quinta-feira (15), às 14h, na sede da Fundação Estatal de Saúde da Família (Fesf), em Salvador, com Web Palestra sobre ‘Manejo da Sífilis em Adulto’, a cargo do médico Roberto Fontes. No dia 21, às 10h, também na sede da Fesf, a médica pediatra Margareth Handan vai abordar o tema ‘A criança com Sífilis na Atenção Básica’. No dia 23, às 8h, acontece evento para marcar a data, na sede do MPE, no Centro Administrativo da Bahi (CAB). A programação será encerrada no dia 29, com sessão científica sobre a situação atual da a sífilis na Bahia, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS), às 9h.
Cadeia de transmissão
A sífilis é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser transmitida por via sexual – sífilis adquirida ou da mãe para o filho, conhecida como sífilis congênita. O tratamento é feito por meio do uso da penicilina, mas em decorrência de o tratamento ser de baixo custo e estar disponível no SUS, a doença ainda se constitui grave problema de saúde pública.