O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) abriga uma grande diversidade biológica e uma complexidade de ecossistemas relevante em seus 152 mil hectares de terras, que se estendem pelos municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. O Parque é responsável por proteger uma parte da Chapada Diamantina, conservando a biodiversidade da região.
Na fauna destaca-se a presença de espécies de grandes felinos (onça-pintada e suçuarana); de serpentes constritoras (jibóia, sucuri); de roedores de médio e grande porte (capivara, preás e mocós); da grande riqueza de aves (destaque para o gavião-pé-de-serra, o urubu-rei e o endêmico e emblemático beija-flor-gravatinha-vermelha); veados; peixes variados (chamando a atenção dos cientistas as espécies cavernícolas, como o bagre-cego-albino); cutias; coatis; cachorros-do-mato e antas.
Em sua unidade de conservação o Parque protege espécies ameaçadas de extinção, como o gavião-pomba, o guigó-da-caatinga, o gato-do-mato, o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, a borboletinha-baiano, o tatu-canastra, a onça-parda, a tiriba-grande, o joão-baiano, e a águia-cinzenta.
Aves
O PNCD abriga mais de 300 tipos de espécies de aves, incluindo pássaros endêmicos, como o beija-flor-gravatinha-vermelha. A espécie exclusiva da Chapada é, sem dúvida, o pássaro mais famoso da região. Tem cerca de nove centímetros de comprimento e apresenta uma mancha vermelha brilhante no pescoço, que se parece com uma gravata. Habita áreas superiores a mil metros de altitude, como o topo do Pai Inácio.
O sofrê é outra importante ave. Pássaro de bela coloração e canto melodioso inconfundível, às vezes, invade ninhos de outras espécies expulsando seus ocupantes para colocar ovos. Já o carcará, ave símbolo do sertão nordestino, citada em poemas, cordéis e músicas, é facilmente avistado nas beiras das rodovias, pois se alimenta de carcaça, além da caça de minhocas e serpentes.
Outros destaques são o periquito-da-caatinga e a mãe-da-lua ou urutau. A primeira espécie é da mesma família dos papagaios e araras, costuma andar em bando de até dez indivíduos e se alimenta de sementes e frutos. O urutau, uma das aves mais raras e misteriosas da Chapada, é um pássaro noturno, cercado de lendas e crendices. Apresenta um canto em tom de lamento, que sempre é ouvido nas noites de lua cheia.
Mamíferos
O tamanduá-mirim, o mico-estrela e mocó são as espécies mais típicas da Chapada Diamantina. Apesar da aparência simpática, ao se sentir ameaçado, o tamanduá-mirim usa suas poderosas garras como defesa. É um mamífero que não possui dentes e captura seu alimento através de uma longa e pegajosa língua. O mico-estrela é um dos animais mais comuns da região e já está acostumado com a presença humana. O mocó também é um mamífero muito conhecido pelos trilheiros da Chapada. Roedor que vive em bando e se alimenta de cascas de árvores, brotos e sementes. É bastante encontrado em áreas pedregosas, usadas como abrigo.
Répteis
Dentre os répteis, a serpente caninana se destaca na região. A espécie possui comportamento arisco e fama de ser muito agressiva e perigosa, mas, em geral, foge do contato humano. Outro réptil muito comum é o calango verde ou bico-doce, lagarto de coloração de intenso verde, que se alimenta de insetos e vegetais.
Por serem animais de sangue frio, os répteis necessitam de fontes externas de calor para manter o metabolismo funcionando, por isso, são facilmente encontrados sobre rochas, tomando banho de sol. Bastante ágeis, escondem-se rapidamente ao avistar movimento na trilha. Jornal da Chapada com informações do Guia Chapada Diamantina.