O deputado estadual Hildécio Meireles (PMDB), em meio a dados cada vez mais alarmantes da violência na Bahia, que já coloca o estado como o maior em números absolutos de homicídios no país, com registros de 5.450 assassinatos em 2014, afirma que não há mais como aceitar a omissão do governo estadual quanto ao problema que piora a cada dia. Segundo ele, ao invés de omissão, tentativa de blindagem dos números, o povo conclama por respostas imediatas. Os dados são do Diagnóstico dos Homicídios no Brasil coletados pelo próprio Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública.
“O levantamento coloca a Bahia com mais registros de homicídios do que no Rio de Janeiro e São Paulo. Para se ter idéia, das três cidades com mais índices nestes três estados duas estão em territórios baianos (Lauro de Freitas, Simões Filho e Cabo Frio), com taxas acima de 60% de homicídios a cada 100 mil habitantes, sendo que em Lauro de Freitas a taxa é de 89,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes”, destacou, elencando que já articula um grande movimento na Assembleia Legislativa para que o secretário Maurício Barbosa preste esclarecimentos à Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública.
“Afinal tratam-se de dados de 2014. Este ano é notório que o problema se eleva a cada dia e coloca a população cada vez mais reféns dos bandidos. Dezesseis pessoas foram mortas nas últimas 48h, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSPBA). Somente na Avenida Bonocô, uma das maiores e mais movimentadas da cidade, foram dois jovens mortos e um baleado nas últimas horas em plena luz do dia e enquanto isso o governo ao invés de mostrar de que forma trabalha para mudar esse cenário tenta omitir dados”.
Após divulgação do relatório dos homicídios no Brasil, o governo estadual contestou a análise dos dados que coloca a Bahia em primeiro lugar no número absoluto de homicídios. Em nota, a secretaria de Comunicação do estado pontuou que a Bahia ficou em sexta posição, em relação ao número de homicídios a cada 100 mil habitantes em 2014.
“E não dá mais para aceitar tamanha falta de gestão quando se coloca a vida da população em risco. Além de não se investir o orçamento destinado ao setor – até agosto apenas 12% havia sido utilizado -, a Secretaria de Segurança Pública prefere se calar, demonstrando que o estado perdeu totalmente o controle da situação”, concluiu o deputado.