Para capacitar e levar novos conhecimentos aos produtores de banana, com foco na defesa fitossanitária, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), realiza seminário no município de Wagner, na Chapada Diamantina, região onde o cultivo de banana está em expansão. O evento acontece nos dias 17 e 18 de novembro, no auditório do Centro Territorial de Educação Profissional da Chapada Diamantina (Cetep).
“A defesa agropecuária é prioridade do Estado, e um dos principais assuntos discutidos durante o evento será a Sigatoka Negra e o Moko da Bananeira, pragas das quais a Bahia é livre, embora já existam no Brasil”, explica o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá. O evento conta com a parceria da prefeitura de Wagner, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF-Baiano) de Guanambi e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A Bahia foi o primeiro Estado brasileiro declarado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), como área livre da Sigatoka Negra, praga que pode causar prejuízos de até 100% na produção de banana. A doença foi constatada no Brasil em fevereiro de 1998, no Amazonas, e está presente no Acre, Rondônia, Pará, Roraima e Amapá, além de Mato Grosso. O desenvolvimento de lesões de Sigatoka e a sua disseminação são fortemente influenciados por fatores ambientais como umidade, temperatura e vento.
Assim como a Sigatoka Negra, o Moko da Bananeira ou murcha bacteriana da bananeira, doença causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, presente nos estados do Amazonas, Pará e Amapá, também é preocupação do governo baiano. “Nossa meta é evitar que estas pragas entrem na Bahia e uma das ferramentas que utilizamos é a informação, capacitando o produtor quanto às medidas preventivas”, diz Armando Sá.
Produção
A banana é a fruta mais consumida no Brasil. A produção mundial dessa fruta é de mais de 106 milhões de toneladas/ano. A participação do Brasil nessa produção é de 6,9%, com cerca de 7 milhões de toneladas. O País possui condições climáticas favoráveis ao cultivo da fruta em todos os estados, e durante todo o ano. Além disso, a bananicultura é responsável por gerar milhares de postos de trabalho. No Brasil, a atividade emprega aproximadamente 500 mil pessoas diretamente.
A Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking de produção nacional da fruta, com mais de 1,13 milhão de toneladas/ano da fruta, e 88.147 hectares de área plantada, seguida do Pará com 55.152 hectares plantados; em terceiro, São Paulo, com 54.834, e em quarto Minas Gerais, com 46.812 hectares. Os principais municípios produtores do Estado são Bom Jesus da Lapa, Wenceslau Guimarães, Ponto novo, Barra do Choça, Ibirapitanga, Ibirataia, Encruzilhada, Curaçá, Taperoá, Presidente Tancredo Neves e Teolândia. O município de Wagner está em grande expansão na produção desta fruta. A região também vem se transformando em um expoente na produção de banana irrigada.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Adab, Alessandro de Magalhães Arantes, a produção de banana na região da Chapada Diamantina se concentra em Wagner e Utinga, municípios com grande potencial de expansão no cultivo da fruta, e é comercializada principalmente para Feira de Santana e Salvador. A produção em Wagner é principalmente de banana da variedade prata.