O Parque Zoobotânico Getúlio Vargas participou de maneira direta da reprodução de um filhote de urso-de-óculos no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, da cidade de Sorocaba, em São Paulo. Isso porque o Zoo de Salvador, no ano de 2012, enviou um macho da espécie, que consta da lista oficial dos animais ameaçados de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao parque paulista e agora comemora o sucesso em mais uma tentativa de preservação da fauna brasileira.
O nascimento do filhote e seu desenvolvimento nesse período foram acompanhados cuidadosamente pela equipe técnica do Zoológico de Sorocaba para garantir que a mãe ursa cuidasse muito bem do filhote. Esta é a primeira cria do casal Pepito e Penélope, que já habita o Quinzinho de Barros. A mãe, que foi enviada pelo Zoológico de Sapucaia do Sul (RS) em 2011, e o filhote permaneceram nestes seis primeiros meses numa área chamada de ‘cambiamento’, para que não houvesse nenhum tipo de distração. A partir de agora, a equipe vai continuar acompanhando o desenvolvimento do filhote, verificando o desenvolvimento motor e mental do urso e os cuidados da mãe com o filho.
Como em diversos programas desenvolvidos por zoológicos para recuperação e reprodução de espécies ameaçadas de extinção global ou regionalmente, existe um plano de manejo específico para os ursos-de-óculos, o qual visa obter conhecimentos nas áreas de biologia e medicina veterinária. Todas as informações geradas retornam em forma de melhorias na qualidade de vida dos animais.
Espécie
O urso-de-óculos tem esse nome devido às manchas de coloração branca ou bege em volta dos olhos (em formas de círculos ou semicírculos), o que dá a impressão de serem grandes óculos. Entretanto, é só aparência, pois, na verdade, esses animais possuem uma excelente visão. Esses ursos podem medir de 1,20m a 1,80m quando adultos, e o peso varia entre 60 kg e 62 kg nas fêmeas e entre 140kg e 175kg nos machos.
São animais de hábitos predominantemente noturnos e crepusculares, podendo dormir durante o dia entre raízes largas de árvores, sobre troncos ou dentro de cavernas. São indivíduos solitários, vivendo tanto no chão quanto em árvores. Ele se alimenta principalmente de plantas da família das bromélias, mas, também, de frutos variados, palmitos, bambu e milho, além de ocasionalmente se alimentarem de insetos e pequenos roedores. A espécie habita desde áreas abertas e semi-secas até as florestas tropicais andinas, ocorrendo na Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.