Paris está novamente sob ataque. Cerca de dez meses depois do atentado à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, pelo menos três tiroteios foram registrados em vários locais da capital francesa. Até o momento, o balanço da polícia contabiliza até agora pelo menos 128 mortes. Além disso, uma explosão atingiu um bar perto do Stade de France, onde ocorria um amistoso entre a seleção da França e da Alemanha. As primeiras informações dão conta que o presidente François Hollande estava no estádio e precisou deixar o local. No primeiro tiroteio, um homem abriu fogo com um fuzil kalashnikov em um restaurante no 10º Arrondissement e, de acordo com a emissora BFM-TV, matou “várias pessoas”.
Logo em seguida, ao menos 50 disparos foram ouvidos na célebre casa de espetáculos Bataclan, perto da redação do Charlie Hebdo. Ainda há reféns no local. Pouco depois, o palco de tiroteios foi o 11º arrondissement, onde 12 pessoas estão caídas no chão. Após os ataques, Hollande iniciou uma reunião de emergência no Ministério do Interior. Os tiroteios reacendem o clima de terror instaurado na cidade em janeiro passado, quando dois homens armados invadiram a sede do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas. Dois dias depois, outro jihadista sequestrou um mercado kosher em Paris e deixou quatro mortos. Antes disso, ele já havia matado uma policial durante uma troca de tiros.
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Terroristas dispararam por 10 a 15 minutos com rifles AK-47
Os terroristas que atacaram na noite desta sexta (13) a sala de espetáculos parisiense Bataclan dispararam com o rosto descoberto durante vários minutos contra o público que assistia a um concerto, tendo inclusive recarregado as armas, relatou um jornalista que estava no local. O diário francês Libération reproduziu no seu site na internet o testemunho de Julien Pearce, jornalista da Europe 1, que estava no Bataclan quando começou o tiroteio.
“Vários indivíduos armados entraram no concerto e dois ou três de rosto descoberto começaram a disparar com armas automáticas de tipo Kalachnikov [rifle de assalto semi ou totalmente automático de fabricação russa conhecido como AK-47] ao acaso sobre a multidão”, relatou. Julien Pearce estima que o ataque tenha durado “entre 10 e 15 minutos”, destacando que “foi extremamente violento e houve pânico”. Ele detalhou ainda que “os terroristas tiveram tempo de recarregar as armas pelo menos por três vezes”, que “não estavam mascarados, estavam senhores de si e eram muito jovens”.
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Après la première explosion la seconde aucun policier aucune protection @BFMTV #stadedefrance #explosion #fusillade pic.twitter.com/B2YzZLr58G
— ᅟ (@AlexandreBims) 13 novembro 2015
Hollande fecha fronteiras depois de atentado
O presidente da França, François Hollande, determinou o fechamento das fronteiras do país após os vários tiroteios registrados em Paris. “Ninguém ponderá entrar para cometer qualquer ato contra a França”, disse Hollande. O objetivo, explicou, é também impedir que os autores dos crimes saiam do território. “É uma provação terrível que nos acomete. Sabemos de onde vêm, quem são esses terroristas, esses criminosos.”
Hollande expressou sua compaixão às famílias das vítimas que morreram e dos feridos. Ele ressaltou, ainda, que este é o momento da França mostrar “unidade e sangue frio frente o terror”. “A França deve ser forte, deve ser grande. E as autoridades devem ser duras. E seremos”, garantiu. Mostrando firmeza diante de todo o medo que se instalou na França nesta sexta-feira, o presidente francês disse estar ciente que esse foi um ato terrorista e que os terroristas querem fazer medo, querem deixar o país apavorado.
“Mas, diante do pavor, há uma nação que sabe se defender, sabe mobilizar suas forças e que, uma vez mais, saberá vencer os terroristas”, afirmou. Hollande também informou que, neste momento, as forças de segurança estão atacando, agindo em um local não divulgado em Paris. “Eu peço agora que vocês mantenham a confiança em tudo o que podemos fazer com as forças de segurança para preservar a nação dos atos terroristas. Viva a República, Viva a França!”. Cerca de 100 pessoas ainda são reféns no Bataclan. Da Agência Brasil. Texto atualizado às 20h38.