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Fogo na Chapada: Situação ainda é preocupante mesmo com alguns focos contidos, diz ICMBio

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O fogo se concentra agora em dois pontos: o Morro Branco, no Vale do Capão, em Palmeiras; e no Barro Branco, em Lençóis | FOTO: Reprodução/Dmitri de Igatu |

Servidores e brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio de parceiros dos governos federal e da Bahia e voluntários, prosseguem no combate ao incêndio que queima há pouco mais de vinte dias a vegetação da Chapada Diamantina, na Bahia. O chefe interino do Parque Nacional da Chapada Diamantina, Cézar Gonçalves, disse no fim da tarde desta segunda-feira (23) que a situação é menos crítica, mas ainda preocupa.

Segundo ele, alguns focos foram contidos, e o fogo se concentra agora em dois pontos: o Morro Branco, no Vale do Capão, em Palmeiras; e no Barro Branco, em Lençóis. “São áreas de grandes rochas, com fraturas e vales estreitos e profundos, repletos de vegetação. É praticamente impossível chegar a esses locais. Não dá para entrar sem pôr em risco a vida dos brigadistas. Por isso, a estratégia é evitar que o fogo saia dessas áreas e se espalhe ainda mais”, afirmou.

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O Parque Nacional da Chapada Diamantina tem, ao todo, 152 mil hectares | FOTO: Manu Dias/GOVBA |

Área queimada
Sobre os números divulgados nos últimos dias, dando conta de que 30 mil hectares já haviam sido destruídos pelo fogo, ele explicou que a maior parte dessa área – dois terços – fica fora dos limites do parque. No interior, a estimativa é que algo em torno de 10 mil hectares tenham sido atingidos. A unidade tem, ao todo, 152 mil hectares.

O chefe do parque informou também que todo o aparato mobilizado pelo ICMBio e parceiros logo nos primeiros dias do incêndio, e que foi sendo reforçado com o recrudescimento do fogo, continua em ação e só será desativado quando todos os focos forem definitivamente debelados. De acordo com ele, estão em campo, atuando por terra, 45 servidores e brigadistas do ICMBio e Ibama (Prevfogo), bombeiros militares da Bahia e mais de 150 voluntários. No fim de semana, chegaram a Lençóis 46 militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, especializados em ações florestais, e homens da Defesa Nacional.

No apoio, pelo alto, há 12 aeronaves, sendo dois aviões air tractor contratados pelo ICMBio, um helicóptero do Ibama, quatro aviões do governo da Bahia e quatro helicópteros e um avião Hércules, da FAB. Eles lançam água sobre a vegetação em chamas, fazem o transporte de tropas para áreas mais remotas e monitoram o surgimento de novos focos. O serviço de meteorologia prevê chuvas passageiras para os próximos dias na Chapada Diamantina, aumentando as esperanças de que o incêndio seja logo controlado. Na semana passada, choveu em algumas cidades da região, mas não o suficiente para apagar o fogo.

Galeria de imagens de combates aos incêndios na Chapada Diamantina:

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Inquérito
A Polícia Civil da Bahia instaurou inquérito para investigar as causas do incêndio. Peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) estão na região desde quinta-feira (19). A apuração foi determinada pelo governador do Estado, Rui Costa, que sobrevoou áreas afetadas pelo fogo na semana passada. Durante reunião com prefeitos de cidades atingidas, ele disse que “há indícios de que (os incêndios) foram provocados intencionalmente”.

O parque sofre muitas pressões. Sua poligonal se estende por áreas de seis municípios baianos, que funcionam como porta de entrada para a unidade de conservação. Muitas vezes, o turismo é praticado sem controle, apesar dos esforços dos agentes de fiscalização em coibir abusos. Além disso, fazendas de gado, cujos proprietários não foram indenizados, continuam desenvolvendo atividades no local. As informações são do ICMBio.

Confira vídeo do combate ao fogo:

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