Por Magda Asenete*
Na reta final do ano letivo, famílias começam a se preparar para a renovação da matrícula dos filhos. Esse é um momento de grande ansiedade, pois muitas dúvidas acabam por roubar as noites de sono. Famílias preocupadas com aprovações, mudança de escola, qual será a professora do próximo ano, valor da mensalidade, lista de material escolar entre outros critérios para a nova escolha. Manter ou permitir um novo começo em outra instituição. As incertezas e certezas anualmente se repetem, ora com mais intensidade ora não.
A angústia tem seu início nos valores de renovação, como, por exemplo, se haverá descontos, bolsas de estudo ou percentuais muito acima do esperado. Outro momento angustiante é com relação aos resultados obtidos através das notas e conceitos, ou seja, haverá aprovação ou reprovação? Algumas famílias também avaliam o desempenho cognitivo dos filhos e o relacionamento entre docente e discente e entre escola e família.
Um fator que pesa muito é se os anseios das famílias atribuídos à instituição, foram alcançados. Muitas nem se preocupam com as novas taxas estabelecidas, porém cobram atitudes que valorizam seus próprios desejos. Para tanto, é necessário que o contrato de serviço prestado, que estabelece as normas da contratação, sejam esclarecedores e fidedignos. Nele deve conter todos os serviços oferecidos ao educando e os percentuais cobrados para atender o contratante. No entanto, na hora de procurar uma escola, geralmente o anseio é dos pais que seguem seus parâmetros de desejos para um ideal educativo destinado aos seus filhos, mas, na maior parte das vezes, esquecem que seus filhos é que serão os frequentadores da escola.
Entendo ser inviável uma família procurar uma instituição, sem que o protagonista dessa ação o acompanhe. Quando os pais chegam à escola para conhece-la e habilitá-la sozinhos, sempre os convido para trazerem a criança para também estar no contexto daquele ambiente. Por mais que haja aceitação dos responsáveis, quando o aluno é convidado a conhecer o espaço que irá estudar, tudo muda. Porque a resposta, na maior parte das vezes, é dada nesse momento. A criança não esconde o prazer ou desprazer em visitar o local e geralmente a resposta, ao final da visita, já foi dada. É muito interessante!
Em se tratando de renovação, por algumas incertezas e/ou descontentamentos, os pais procuram outra instituição para mudar os filhos e as vezes deixam de prestar atenção no que eles querem dizer. Alguns ficam tristes, outros inseguros, outros começam a mudar o comportamento, simplesmente porque não querem sair do ambiente educativo, pelos vínculos criados e pela afetividade com pessoas e vivências. Este é um momento familiar muito delicado e requer prudência para que, ao trocar de escola, não aconteçam desajustes emocionais que poderão causar transtornos na aprendizagem. Estabelecer um bom relacionamento entre escola e família é o ideal para o sucesso escolar do educando e o elo motivador para a formação do cidadão autônomo e consciente, inserido no contexto.
*Magda Asenete é pedagoga