O ato do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abrir um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) foi questionado pelo líder da oposição na Câmara de Salvador. Luiz Carlos Suíca (PT) disse, nesta quinta-feira (3), que se trata de um golpe para desestabilizar a base governista onde Cunha tenta “salvar a própria pele de uma possível cassação de mandato no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados”. Para Suíca, o afastamento do vice-presidente Michel Temer (PMDB) da presidente petista também tem ligação direta com a ação orquestrada por Cunha.
“Tem ainda o caso envolvendo Renan Calheiros [presidente do Senado], onde o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF [Supremo Tribunal Federal] para investigar ele, Jader Barbalho e Delcídio Amaral. Renan forçou Cunha a abrir esse processo de impeachment, sem sobra de dúvidas. Para além da decisão da bancada do PT no Conselho de Ética, existe esse tripé: Temer, Renan e Cunha”, aponta. O líder da oposição em Salvador ainda disse que o PT precisa ter uma posição mais firme em relação a Cunha e que não deve negociar com corrupto.
“Eu entendo que se for para morrer, que morra atirando. Agora, um partido que tem um legado político junto aos trabalhadores, fora os percalços que teve com Delcídio Amaral e outros que estão presos, pagando pela sua pena, não deve ser chantageado por golpista algum. Cunha é um mentiroso e desviou R$ 500 milhões e distribuiu metade disso para ter ao seu lado deputados que afrontam a democracia brasileira. Acredito na derrota de Cunha pois não existe nada que abale a conduta da presidente Dilma. Não existe esse ideia de uma pessoa honesta ser julgada por um ladrão, que se esconde nas vestes de deputado e evangélico, manchando até a religião. Pelo que eu sei, em tese, evangélicos não mentem”, completa.