O governo da Bahia, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), aumentou, via decreto, a alíquota do ICMS sobre bebidas alcoólicas e refrigerantes. De acordo com a assessoria de imprensa da Sefaz, a intenção é “preservar o mercado local, já que o reajuste só incide sobre bebidas compradas em outros estados”. O reajuste atinge, além das bebidas, produtos de tabaco (cigarros, cigarrilhas, charutos etc.), o que tem causado mais impacto na expectativa de comerciantes e consumidores é o aumento de cerveja, refrigerantes e outras bebidas industrializadas.
E este impacto já vem sendo notado, com a elevação dos preços, notadamente da cerveja. Uma simples checagem da reportagem em bares, restaurantes e lojas de conveniência de postos de combustíveis de Salvador apurou que muitos comerciantes afirmam já estarem recebendo “avisos” das distribuidoras, principalmente de cerveja, sobre aumentos iminentes.
Variação
Antônio Carlos Santos de França, dono de um bar a restaurante na Lapinha, em Salvador, há muitos anos, diz que os boatos sobre aumentos, e, mais que isso, os avisos das distribuidoras estão realmente chegando. Ele lamenta que a cerveja, bebida mais consumida no Verão, tenha aumentado de preço ainda mais. No entanto, lembra que as vendas, embora sempre altas, caíram nos últimos tempos. “Há uns seis anos atrás, o lucro sobre a venda de cerveja começou a cair, e muito”, diz França, como é conhecido no bairro.
Ele informa que, “nos bons tempos”, chegou a vender 800 caixas de cerveja por semana, inclusive ganhando prêmios das distribuidoras. “Mas, hoje, não chego a vender dez caixas”. França faz questão de frisar que a venda de cerveja “não dá lucro satisfatório. É muito pouco. Na verdade, a cerveja é um chamariz para que a gente venda comida, como almoço, tira-gosto, etc.” Enquanto uma latinha de cerveja do tipo popularmente conhecido como “piriguete”, a menor de todas, pode ser comprada por até R$ 1,20 em alguns supermercados, nos bares e lojas de conveniência o preço varia muito. Em alguns ela pode custar, considerando-se a mesma marca, cerca de R$ 2 ou até R$ 2,50.
Maior ainda é a variação das latas maiores (o conhecido “latão”), onde, sempre considerando uma mesma marca, o preço pode ser de R$ 3,50 em alguns bares e chega a R$ 5 em determinadas lojas de conveniência, a depender, inclusive, da zona da cidade onde é vendida. Já a garrafa tradicional, de 600 ml, também varia muito de preços. Uma determinada marca, por exemplo, pode ser encontrada por R$ 4,50 em bairros periféricos, e custar até R$ 8 em restaurantes “chiques”. Com informações da Tribuna da Bahia.