Neste sábado (5), às 20h, a Orquestra Regional e a Banda Sinfônica do Piemonte da Diamantina fazem a primeira apresentação pública, no auditório do Colégio Municipal de Jacobina (Comuja), em Jacobina, na Chapada Norte. O concerto faz parte das ações desenvolvidas, este ano, no interior baiano, pela Rede de Projetos Orquestrais da Bahia, do Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis), programa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado(SJDHDS).
O objetivo é criar um ambiente de cooperação mútua entre parceiros que trabalham com formação e prática musical coletiva em um mesmo território de identidade. A Orquestra Regional do Piemonte da Diamantina é formada por 60 músicos dos projetos ‘Flor do Meu Sertão’, de Capim Grosso, e ‘Arte de Tocar’, de Jacobina. Nesse primeiro concerto, a orquestra irá apresentar ao público sete peças clássicas e populares. Entre elas, composições da coletânea tradicional europeia, escritas pelo russo Tchaikovsky e o alemão Johannes Brahms, e outras brasileiras como ‘Aquarela do Brasil’, de Ari Barroso, e ‘Batuque’, de Lorenzo Fernandez.
A Banda Sinfônica do Piemonte da Diamantina possui 60 integrantes das filarmônicas ‘Rio do Ouro’ e ‘2 de Janeiro’, ambas de Jacobina, e vai apresentar no sábado quatro peças com arranjos para metais. Entre elas, o ‘Dobrado Ouro Negro’, de Joaquim Antônio Naegele, e ‘Centuria’, de James Swearingen. O repertório das duas formações é resultado de muito trabalho desenvolvido ao longo de cinco finais de semana, entre os meses de junho a novembro, durante a edição deste ano das Caravanas.
“Entre as filarmônicas de Jacobina sempre houve um diálogo, mas algo muito pontual e não formalizado. A proposta de constituição de uma orquestra regional foi um aspecto muito especial do projeto, porque criou uma interação maior entre nós”, explica o coordenador da ‘Filarmônica 2 de Janeiro’, que faz parte da Banda Sinfônica do Piemonte da Diamantina, Celso Santos.
Segundo ele, a partir desses encontros, é possível compreender melhor a realidade e as limitações de cada projeto e começar a cooperar entre si para alcançar um objetivo comum. Na opinião de Celso, a experiência fortaleceu o senso de colaboração entre os grupos, além de possibilitar o crescimento dos músicos. “O contato com um repertório que não estávamos habituados a executar, nos apresentou dificuldades que nos aproximaram. Assim nasceu a cooperação e a preocupação em auxiliar no crescimento um do outro”, diz Celso. Ele acredita que o grande legado que esse trabalho deixa “é o crescimento cívico de cada um desses jovens, além do desenvolvimento musical, que serve de combustível para dar continuidade a essa iniciativa”.
A Rede de Projetos Orquestrais da Bahia realiza as Caravanas Pedagógicas 2015 com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da CCR Metrô Bahia. Nesta edição, o projeto ofereceu qualificação no campo da gestão às lideranças de projetos musicais e filarmônicas parceiras, além de consultoria individual para elaboração de projetos e captação de recursos. Também promoveu workshop para construção de instrumentos a partir de materiais alternativos e desenvolveu ações diversas de intercâmbio musical entre os músicos sediados no interior do estado e os que atuam como multiplicadores do Núcleo de Gestão e Formação (NGF) do Neojiba, em Salvador.
Um total de nove projetos de música e filarmônicas, sediados nos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália (extremo sul), Conceição do Coité, Serrinha (nordeste), Capim Grosso (centro norte) e Jacobina, foram contemplados com as ações de intercâmbio e cooperação propostas pela Rede de Projetos Orquestrais da Bahia em 2015. Como resultado, foram constituídas Orquestras Regionais em três Territórios de Identidade – Sisal, Piemonte da Diamantina e Costa do Descobrimento.
Rede de Projetos Orquestrais da Bahia
Um espaço de articulação e cooperação entre o programa Neojiba e seus parceiros. Assim se constitui a Rede de Projetos Orquestrais da Bahia (RPO), criada em 2013 para atender a uma demanda crescente por apoio pedagógico e orientação para qualificação e criação de projetos musicais existentes no interior. A Rede está presente em 22 municípios e 13 territórios de identidade e atua em parceria com 24 projetos, responsáveis pelo atendimento direto a um público estimado em 1.800 pessoas. Este ano, passou a integrar a Rede Cultura Viva do Ministério da Cultura.
Neojiba
Criado em 2007 como um dos programas prioritários do Governo do Estado, o Neojiba tem por objetivo promover o desenvolvimento e a integração social, prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletiva. Beneficia cerca de 4.600 crianças, adolescentes e jovens em todo o estado da Bahia e é dirigida pelo seu fundador, o maestro e pianista Ricardo Castro.