Procurando incrementar a agricultura regional e preparar as propriedades rurais para a convivência produtiva com o semiárido, amenizando os efeitos negativos da seca, o Instituto Biofábrica do Semiárido (Biofasa), sediado no município de Miguel Calmon, na Chapada Norte, está multiplicando cinco variedades de palma resistentes à praga, especialmente a cochonilha do carmim. A ação está em processo pré-operacional, com testes e protocolos.
Parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), Sebrae, Prefeitura de Miguel Calmon e do Sindicatos dos Produtores Rurais do município, a biofábrica foi implantada com o intuito de servir de laboratório para multiplicação de mudas de palmas forrageiras e outras espécies utilizando a tecnologia de micropropagação (cultivo de tecidos).
Assim que tiver suas portas abertas, com inauguração prevista para o mês de fevereiro, a Biofasa iniciará a comercialização das mudas de palma, a baixo custo, em volume suficiente para que os produtores possam formar as suas reservas estratégicas desta importante forrageira. Inicialmente, as mudas de palma serão comercializadas prioritariamente aos produtores atendidos pelo programa Viver Bem no Semiárido, desenvolvido por meio da parceria entre Sebrae, Senar e sindicatos rurais.
Para o técnico do Sebrae Jacobina, Valdemir Matos, gestor na instituição do programa Viver Bem no Semiárido, a Biofasa contribuirá com o incremento da agricultura na região. “A tecnologia utilizada na biofábrica garante ao produtor mudas sadias com qualidade elevada, que vão incrementar o potencial produtivo das propriedades, garantindo uma reserva alimentar de qualidade e a um preço bem abaixo do mercado”, garante Matos.
Além da palma, a biofábrica está produzindo mudas de outras culturas, como o abacaxi e a mandioca. O intuito é que o produtor rural possa produzir a fruta e as raízes, comercializando-as para obter uma renda extra. Além disso, todo o restante das plantas deve ser introduzido na alimentação animal.
Para Washington Serafim, consultor da Prefeitura de Miguel Calmon, manter uma reserva estratégica nas propriedades rurais, a exemplo de palma, mandioca, abacaxi e forrageiras arbóreas (algaroba, gliricidia, moringa, leucena, entre outras), possibilita diversos ganhos ao produtor. Além dos benefícios social, por meio do treinamento da mão de obra, e ambiental, com a disponibilização de forragens, em quantidade e qualidade suficientes, Serafim destaca também a questão econômica e na qualidade de vida.
“O ganho econômico se dá por meio da redução do custo de produção no uso de forragens de melhor desempenho produtivo, e do índice de morbidade e de mortalidade dos rebanhos nos períodos de estiagem prolongada, além do aumento da produtividade dos novos sistemas de produção”, conta Serafim. “Já o ganho em qualidade de vida acontece quando os recursos financeiros, que antes eram utilizados para a sobrevivência do rebanho, serão direcionados para a rotina diária do agricultor familiar”, afirma.
Viver Bem no Semiárido
O programa Viver Bem no Semiárido tem como objetivo proporcionar a produtores rurais das atividades da bovinocultura de leite e da caprinocultura de corte informações, conhecimento, assistência técnica e acesso à inovação tecnológica. Por meio das ações do programa, é possível melhorar a qualidade de vida dos produtores e suas famílias.
No Sebrae em Jacobina, o programa atende a 13 municípios, sendo 11 deles com a atividade da bovinocultura de leite e dois com a caprinocultura de corte. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas nos pontos de atendimento do Sebrae em Jacobina (localizado na Avenida Pedro Lago, Centro, 74 3621-4342) e em Senhor do Bonfim (Rua Benjamin Constant, nº 12, Centro, 74 3541-3046). As informações são da Agência Sebrae de Notícias Bahia.