Professores e alunos de todo o país vão participar da VIII Jornada de Foguetes, organizada pela IX Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). O evento vai acontecer entre os dias 1º e 4 de fevereiro na cidade de Barra do Piraí, no sul do Rio de Janeiro, e contará com a participação de 100 estudantes de todo o país. Além de estimular o aprendizado dos jovens, que colocam a teoria em prática com lançamentos de foguetes feitos com garrafa pet que podem voar até 300 metros de distância, a jornada inclui palestras de astrônomos e especialistas em astronomia e astronáutica.
Durante o evento, os participantes vão apresentar os seus foguetes e suas bases de lançamento. Os protótipos serão movidos a combustível líquido composto de vinagre e bicarbonato de sódio (que pode ser encontrado no fermento em pó). Os vencedores serão aqueles que lançarem os foguetes o mais longe possível. Além disso, haverá prêmios para as seis melhores apresentações. O júri, para essa avaliação, é composto pelos professores de todas as equipes presentes. Serão analisados pela banca examinadora os seguintes pontos: acabamento e originalidade do foguete; acabamento e originalidade da base; segurança e apresentação da equipe participante.
Foram inscritas 30 equipes, num total de 130 participantes, entre estudantes e professores. As equipes foram selecionadas a partir da IX MOBFOG, realizada junto com a XVIII Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) em maio de 2015. Aberta aos alunos de escolas públicas e particulares, a última edição recebeu 87.734 alunos de 1.967 escolas espalhadas pelo país.
“Participar da Jornada de Foguetes já é um grande prêmio aos alunos e professores, pois significa que os alunos estão entre aqueles que melhor construíram suas bases de lançamentos e seus foguetes em todo o Brasil. Para tanto, aperfeiçoaram a aerodinâmica do foguete e ajustaram as quantidades de bicarbonato de sódio e ácido acético de modo a obterem a maior pressão com o menor peso possível. Isso tudo os coloca próximos das situações reais que os engenheiros aeroespaciais enfrentam para construírem seus foguetes”, explica João Batista Garcia Canalle, coordenador nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Construção de foguete com o Dr. João Batista Canalle:
A MOBFOG
Realizada pela Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a inciativa é aberta aos alunos de escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio. A finalidade é avaliar a capacidade dos jovens de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet ou de canudo de refrigerante, conforme o nível do aluno.
Somente os participantes do nível 4 (projetos de foguetes de garrafa pet movido a vinagre e bicarbonato de sódio) são convidados para a Jornada. Além da distância dos protótipos, os trabalhos também são avaliados por meio dos relatórios enviados pelos estudantes e professores à coordenação da Mostra. Caso a escola esteja dentro das regras e atinja o objetivo, é convidada para participar da Jornada de Foguetes.
A iniciativa tem como apoiadores a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da Agência Espacial Brasileira (AEB), a Fundação Marcos Pontes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Os lançamentos
Os foguetes serão lançados numa pista de pouso, de pequenos aviões, do Hotel Fazenda Ribeirão, localizado em Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro. Para a execução da prova, o protótipo deve ser fixado na base, que é fincada no chão. Em inclinação de 45º, será apontado numa direção livre de pessoas, árvores altas, fios elétricos, móveis, estabelecimentos ou residências, mantendo todos afastados num diâmetro de 10 metros.
Antes do lançamento, o grupo deverá promover contagem regressiva. Depois, o gatilho, que pode ser usado em forma de barbante, é puxado secamente. Nesse momento, o foguete sai da base violentamente num movimento parabólico, atingindo entre 100 e 200 metros ou até mais, dependendo, é claro, da aerodinâmica dada ao foguete e da otimização das quantidades de vinagre e de bicarbonato de sódio.
Para o combustível é usada a força de empuxo gerada a partir do gás produzido pela mistura química de vinagre com bicarbonato de sódio (fermento em pó). Os vencedores são definidos a partir da combinação ideal entre o volume destas substâncias, a quantidade e o tamanho das aletas, o ângulo de lançamento, a direção do vento e o tamanho e o peso do foguete, além, é claro, do alcance obtido.