Com a chegada das chuvas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou, na semana passada, a distribuição de manivas-sementes, livres de pragas e doenças, para agricultores do município de Marcionílio Souza, localizado na Chapada Diamantina. Representantes da Embrapa foram até a localidade de Furado do Espinho, no assentamento Caxá, realizar o ato na área do produtor Rozildo Santos. Nessa primeira entrega estão sendo contempladas 360 famílias. Já existem 11 áreas de maniveiros no estado da Bahia prontas para distribuir mais manivas-semente ao longo do ano. Atualmente o estado já chegou ao número de 500 mil mudas plantadas em 38 maniveiros.
“Isso pra nós é uma grande coisa, uma grande novidade. Com essa maniva aí acho que dá pra todo mundo plantar. Eu plantava mandioca antigamente. De uns dez anos pra cá, ninguém plantou mais porque não tinha semente e não tinha um tempo bom. Com essa chuva e com essa semente aí maravilhosa, a expectativa é aumentar a nossa produção, com fé em Deus”, comemorou o agricultor Gilberto Farias, do assentamento Caxá. Esse projeto vem atender a demanda antiga da agricultura baiana por material propagativo de mandioca com qualidade, partindo de cultivares geradas pela Embrapa e de variedades de uso tradicional dos agricultores.
O chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas), Alberto Vilarinhos, e o secretário de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), Jerônimo Rodrigues, compartilharam da alegria dupla dos agricultores, que festejavam o recebimento do novo material e a chuva “abençoada”, como repetiam a todo o momento. As falas oficiais que estavam programadas se transformaram, na verdade, em um bate-papo na casa do Rozildo, onde todos se abrigaram da chuva depois da visita ao campo.
Vilarinhos, que se disse impressionado com o vigor das plantas na área do agricultor, contou como nasceu a ideia do projeto na Embrapa e que a proposta só se tornou realidade devido ao esforço conjunto. “Nós na Embrapa temos um limite de atendimento, que vai entre o que a gente imagina que é bom para o agricultor e o que efetivamente é bom para o agricultor. Somente quando a gente mistura todos e pensa junto é que o trabalho se torna efetivo. Esse projeto é fantástico e o engajamento dos parceiros é fundamental”, disse.