Em seu primeiro discurso, no retorno às atividades na Câmara Federal, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) voltou a criticar a política econômica estabelecida pelo atual governo e fez algumas ponderações ao pacote de reformas anunciado. Nesta quarta-feira (3), Assunção disse que é contra as reformas da previdência e trabalhista e cita “que esta política prejudica a massa de trabalhadores”. Ele salienta que o momento “é inadequado para tais reformas” e que é preciso apontar para as mudanças estruturantes como a tributária, agrária e urbana.
“As reformas da previdência e trabalhista vão trazer ainda mais desgastes para o governo de Dilma. Assim como foi o ex-ministro Joaquim Levy, que seguiu a cartilha neoliberal sem olhar para a realidade. A população não aceita mais que direitos sociais sejam retalhados”, pontua o parlamentar baiano, que completa dizendo que “qualquer alteração na previdência e nos direitos trabalhistas acarretará uma série de manifestações e lutas populares”.
Valmir se coloca contra as mudanças que retiram direitos, prejudicam trabalhadores e, principalmente, as trabalhadoras, e que deixam as relações de trabalho mais frágeis. “Mesmo que venha a ser uma proposta do Executivo, aqui [na Câmara] não encontrará meu apoio e tenho certeza que não encontrará apoio de boa parte da base aliada. Reconhecemos a crise econômica, mas sua solução não está no velho neoliberalismo. Os dados da nossa economia provam isso”.
Para o parlamentar petista, a lógica para gerar empregos e consumo é investir em setores que realmente empregam no Brasil e, posteriormente, promover reformas que aprofundem a democracia e deixem a tributação justa. “Temos que ter coragem de taxar as grandes fortunas deste país. Temos que promover uma mudança radical nas políticas agrárias e agrícolas, por que não é o agronegócio que emprega famílias. Quem emprega pais e mães de família é a agricultura familiar, as pequenas agroindústrias cooperadas, que garantem alimentação saudável e desenvolvimento econômico e social”, argumenta.