O delator Fernando Moura afirmou, em depoimento ao juiz Sério Moro, da Operação Lava Jato, que as propinas de Furnas eram controladas pelo senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). De acordo com o lobista, um terço do valor era repassado ao tucano. “É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”, relatou Moura, ao citar uma reunião que teria acontecido em 2002 para a escolha de nomes para a diretoria de estatais.
As informações foram divulgadas pelo jornal “Folha de S. Paulo”, nesta quarta-feira (4). Este é o terceiro depoimento prestado por Fernando Moura na Lava Jato. Lista de Furnas – Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, onde corre o processo da Lava Jato, Yousseff revelou ter ouvido do deputado José Janene, morto em 2011, que uma diretoria da estatal (Furnas) era controlada pelo PSDB (Aécio) e o seu partido, o PP.
Essa diretoria promovia uma “caixinha” de onde Janene e Aécio Neves obtinham uma mesada no valor de R$ 120 mil mensais, relativa à coleta de propinas na manipulação de contratos de obras entre empreiteiras e a subsidiária da Eletrobras. Além de pagar um propinas ao PSDB e PP, esse esquema também distribuiu quase R$ 40 milhões aos principais políticos do PSDB e de partidos coligados nas eleições de 2002. Entre eles, aparecem na lista como principais beneficiários da propina os candidatos aos governos de Minas Gerais, então deputado federal Aécio Neves; São Paulo, Geraldo Alckmin; e ao Senado por São Paulo, José Serra.