Mais de mil catadores de materiais recicláveis que trabalham durante o carnaval já retiraram das ruas mais de 22 toneladas de resíduos sólidos como o alumínio das latinhas e plástico de garrafas e embalagens do que é consumido na folia, somente até a manhã desta segunda-feira (8), através do projeto Ecofolia Solidária, do Governo do Estado, capitaneado pelas secretarias de Justiça (SJDHDS) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Em parcerias com cooperativas de catadores, o Estado mantém seis Centrais de Apoio ao Catador, que é responsável por receber esse material e comprar a preço justo.
Ao chegar em qualquer uma das centrais, no Politeama, Dois de Julho, na Ladeira da Montanha, Pelourinho, Nordeste de Amaralina ou Barra, o catador vê o resíduo ser pesado e o vende a preço justo, saindo com o dinheiro na hora. Além disso, todos os cadastrados receberam fardamento, equipamentos de proteção individual como luvas e botas, além de receberem refeições diariamente.
Para a presidente do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia, Michele Almeida, o projeto representa a valorização do catador e dá mais segurança para o trabalho. “Além de garantir melhores condições de trabalho, o projeto também tem outras ‘bandeiras’ porque recebemos materiais de catadores cooperativados e avulsos, mas não recebemos qualquer coisa que seja trazida por uma criança, por exemplo, e estamos de olho para comunicar às secretarias e órgãos responsáveis para erradicar o trabalho e exploração infantil durante a festa. Já identificamos e sinalizamos a existência de atravessadores que não têm esse compromisso, e muitas vezes não compram a preço justo”, falou Michele.
O recolhimento de alumínio e plástico também acontece em parceria com os camarotes e o objetivo das cooperativas é recolher mais de cem toneladas de material reciclável do que for recolhido junto à iniciativa privada e por catadores nas ruas. Uma oportunidade de aprender e dividir o que aprendeu, segundo o monitor Fábio dos Santos. “Tenho três anos trabalhando com a cooperativa e aprendi aqui que o que antes eu achava que era lixo, que não prestava, que já joguei no chão, hoje tenho o cuidado de recolher, de saber que aquilo é importante que seja reciclado, e ajuda muitas famílias a se manterem com o dinheiro dessa atividade”, explicou o catador cooperativado.