Fazendo uma análise da atual situação agrária no país, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) criticou, nesta quarta-feira (24), a falta de recursos para o setor e levantou dados do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na atual gestão da presidente Dilma Rousseff. “Fiz esse levantamento e me deparei com o órgão devendo R$ 900 milhões do exercício anterior, ou seja, o Incra está devendo R$ 900 milhões e o orçamento para este ano é de R$ 700 milhões. Estamos iniciando o ano devendo. Como é que vai agilizar o processo de desapropriação de terras, fazer reforma agrária e criar infraestrutura? Já disse em todos os jornais e em todos os meios de comunicação que, no ano passado, o governo federal não desapropriou terra alguma”, detalha Assunção.
Considerando como o “maior presidente da história deste país”, Valmir diz que o ex-presidente Lula atuou direto na inclusão e construção de políticas sociais para a população mais pobre. “E quem é mais perseguido hoje, e na nossa história, pelo setor da imprensa e por parte dos ricos deste país, é o presidente Lula. Ele sempre disse algo que eu acho importante afirmar: ‘para saber se o pobre tem importância ou não, deve-se ver se no Orçamento da União ele está contemplado’”, completa.
O parlamentar petista chama a atenção da presidente Dilma e dos ministros da Fazenda e do Planejamento, dizendo que eles precisam olhar o orçamento do Incra e fazer com que o órgão corresponda à necessidade de se desapropriar terra e de se criar infraestrutura e moradia para os assentados. “Tenho certeza que ela não viu esse orçamento. Se tivesse visto teria dado importância maior. É preciso que o orçamento do Incra volte ao patamar de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões”.
Valmir ainda lembra que 2015 foi ruim para a reforma agrária e diz que com o atual orçamento este ano será bem pior. “Do jeito que está não tem condições de continuar. Os movimentos sociais vão fazer mobilização no mês de abril. Quando esses movimentos radicalizarem e virarem as costas, não reclamem. No orçamento da União, não estamos vendo prioridade para a reforma agrária”, frisa Assunção. “Não posso concordar com isso porque eu acredito na reforma agrária, acredito nos movimentos sociais. É preciso dar atenção a essa bandeira, que foi tão importante na construção desse projeto político”, completa.