O número de roubos a bancos na Bahia diminuiu 63%, nos meses de janeiro e fevereiro em 2016, em comparação ao igual período do ano passado – foram 17 este ano e 46 em 2015. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), a redução é consequência do trabalho integrado entre as polícias Civil e Militar com apoio da Superintendência de Inteligência da secretaria, do Exército e de recursos tecnológicos, como videomonitoramento feito pelo Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR).
Segundo o titular da SSP, Maurício Barbosa, há alguns anos acontece uma série de reuniões com os bancos, em especial a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para que fossem realizadas ações preventivas por parte das agências. “Em 2015, algumas soluções foram adotadas, a exemplo da diminuição dos valores colocados nos caixas eletrônicos, a retirada de caixas eletrônicos de determinados locais, onde não havia […] segurança reforçada, e a instalação de câmeras de segurança em agências visadas pelos [criminosos]”.
Força-tarefa
Quanto à força policial para combater esta modalidade de crime, Barbosa afirmou que, no ano passado, foram criadas forças-tarefas. “Reunimos policiais militares e civis, peritos e até profissionais do Corpo de Bombeiros com o intuito de focarmos em ações voltadas para prevenção e repressão de roubos a banco. Começamos a fazer inúmeras ações juntamente com o Exército Brasileiro”.
O secretário observou ainda que “passamos a catalogar e a [fazer] uma revista mais rigorosa, além de realizar operações articuladas com outros estados como Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e São Paulo. Também tivermos um intercâmbio maior com a Polícia Federal”.
Entre os principais crimes praticados contra instituições financeiras na Bahia estão arrombamentos e explosões de caixas eletrônicos. Ainda segundo a SSP, o uso de explosivos nesta modalidade criminosa também diminuiu como resultado de apreensões feitas pela polícia. Em 2015, foram apreendidas 224 bananas de dinamite contra 34 em 2014, um aumento de 558%.
De acordo com Maurício Barbosa, no ano passado em relação a 2014, houve diminuição de 20% no índice de crimes consumados contra instituições financeiras. “Nos últimos três anos, também tivemos redução muito grande na modalidade ‘Novo Cangaço’, em que os marginais, em grupos com mais de dez pessoas, entravam nas cidades à luz do dia e criavam uma [espécie] de cena de filme de faroeste. Nesta modalidade, o percentual de redução chega a 80%”.
Produtividade policial
Quanto à produtividade policial no combate a roubos a bancos, houve aumento de 34% em 2015 em relação a 2014. Já em comparação ao número de pessoas presas, por envolvimento neste tipo de crime, foram 180 no ano passado contra 137 no ano anterior. Além da prisão de assaltantes, 49 integrantes de quadrilhas morreram em confronto com a polícia.
A apreensão de armamento de grosso calibre aumentou 25% entre 2014 e 2015, passando de 94 para 118 armas apreendidas. “Ainda há um longo caminho a ser [percorrido], mas algumas ações já conseguem ser vistas como exitosas, a exemplo do Departamento de Repressão ao Crime Organizado [Graco], criado no início de 2015 e que acentuou as ações durante todo o ano, bem como o Batalhão de Operações Especiais, o Bope, que foi criado na Polícia Militar, e tem sido empregado com muita frequência nesta modalidade criminosa”.
Apesar da melhora na produtividade policial no combate a crimes contra bancos, o secretário Maurício Barbosa defende que, cada vez mais, as instituições financeiras desenvolvam mecanismos que inibam a ação das quadrilhas. “O que discutimos muito com os bancos é [sobre] a instalação de itens de série como o entintamento e a incineração de cédulas, evitando que esta modalidade [de crime] volte a crescer. Conseguimos identificar, nos últimos anos, que traficantes de drogas […] passaram a explodir [caixas eletrônicos] pela facilidade que eles encontravam e a ausência de itens de prevenção”.
Desarticulação de quadrilha
Na última quarta-feira (9), mais uma quadrilha de assaltantes especializada em roubo a bancos foi desarticulada pela polícia na região oeste do estado. Ao todo, dez foram presos, sendo sete nos municípios vizinhos de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, uma na cidade de Jacobina e outros dois no estado do Tocantins.
Os policiais encontraram três pistolas ponto 40, bananas de dinamite, munição, coletes à prova de balas e quatro veículos. “Através de mecanismos especiais de investigação, com tecnologia, conseguimos localizar esses criminosos e efetuar a prisão. Nossa expectativa é a de continuar trabalhando. Nos dedicamos muito para evitar que as ações criminosas aconteçam. Estamos nos especializando e preparando melhor a polícia para o enfrentamento a essa modalidade de crime. Queremos diminuir cada vez mais estes delitos”, enfatizou o secretário.