Essas expressões são muito comuns. Muitos se queixam que comem muito e não conseguem engordar, outros afirmam que vivem em dieta, mas não conseguem emagrecer. Segundo a nutricionista Claudia Daltro, da equipe do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade), a resposta para estas questões pode estar relacionada com o metabolismo e a composição corporal de cada pessoa. Para avaliar a quantidade de energia que uma pessoa gasta em repouso, ou seja, a taxa metabólica basal, o NTCO acaba de implantar em sua sede, na Federação, um aparelho de ponta para realização do exame de calorimetria indireta. O exame consegue identificar se o paciente é normo, hipo ou hipermetabólico. Com base nesta avaliação, é possível elaborar um plano alimentar individualizado e facilitar a adesão ao tratamento de emagrecimento.
“Na prática, a avaliação do gasto energético possibilita a elaboração de planos alimentares individualizados e personalizados para indivíduos saudáveis ou enfermos, favorecendo uma perda de peso mais fisiológica, sem restrições calóricas excessivas, minimizando a chance de complicações nutricionais e amenizando as dificuldades enfrentadas no processo de emagrecimento e na mudança do comportamento alimentar e estilo de vida,” explica a nutricionista Claudia Daltro. Método seguro, prático e não invasivo, o aparelho estima o gasto energético por meio da determinação das trocas gasosas pulmonares, ou seja, do volume do oxigênio consumido (VO2) e do volume do gás carbônico produzido (VCO2) durante o ciclo respiratório.
Sabe-se que pessoas com hipermetabolismo respondem melhor aos tratamentos para emagrecimento, costumam perder peso com mais facilidade e tendem a sustentar a perda. Já o quadro de hipometabolismo parece estar relacionado com perda insatisfatória de peso e maior chance de reganho de peso, independente do tratamento. A classificação do individuo em normo, hipo ou hipermetabólico, possibilita orientação adequada quanto à ingestão calórica, velocidade de perda de peso, tipo e intensidade do exercício físico, maior ou menor chance de reganho de peso ou falha do tratamento instituído.
“Conhecer a necessidade calórica do paciente é fundamental para o seu tratamento”, esclarece a nutricionista. Tanto a hipoalimentação quanto a hiperalimentação trazem efeitos nocivos para o individuo. A primeira está associada com o uso de proteína como substrato energético, fadiga, disfunções orgânicas e diminuição da imunidade. Já a hiperalimentação pode provocar esteatose hepática (gordura no fígado), hiperglicemia (elevado nível de glicose no sangue), utilização inadequada dos macronutrientes, depósito excessivo de gordura corporal.
Outro exame importante para a elaboração de um programa alimentar e de condicionamento físico individualizado é a Bioimpedância, que avalia a composição corporal, ou seja, quanto do peso do paciente é gordura, músculo, água, etc. Além de ajudar a traçar uma meta realista de perda de peso, possibilitar o cálculo preciso do peso ideal e a prescrição de um treino com exercícios totalmente específicos, a bioimpedância pode ser usada para monitorar o efeito do tratamento, como ganho de massa magra, perda de gordura, melhora da hidratação e controle da retenção hídrica, dentre outros.