Cerca de 150 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, nesta quarta-feira (30), a prefeitura de Prado, no extremo sul da Bahia, para cobrar a recuperação de escolas de assentamentos de reforma agrária e mais políticas no setor da educação. Os manifestantes também estão mantendo diálogo com as administrações dos municípios de Alcobaça e Teixeira de Freitas e cobram ações transversais para a educação nessas localidades. De acordo com Eliane Oliveira, da setorial de educação da regional do extremo sul do MST, a situação é delicada, já que as crianças estão há mais de um mês sem aulas.
“A nossa principal pauta é a educação, estamos cobrando a reforma das escolas em assentamentos do Prado. Aqui, os alunos estão sem estudar, pois a estrutura está péssima, arriscando cair tudo em cima das crianças. Falta carteira para os alunos sentarem e o transporte escolar é ineficiente. As crianças têm que andar sete quilômetros para chegar na rota em que o transporte passa”, salienta Oliveira.
Segundo o MST, o movimento foi com os pais e os alunos para as prefeituras de Teixeira de Freitas e de Prado. Na prefeitura de Alcobaça, administrada por Bernardo Olívio (PV), não precisou levar os pais, já que o prefeito agendou uma reunião com a comissão. Em Teixeira de Freitas, o prefeito João Bosco (PT) estava em Brasília, mas os manifestantes foram atendidos pelos secretários, que deram os encaminhamentos e agendaram uma reunião com o gestor.
Ocupação em Prado
No encontro, na manhã desta quarta-feira (30), com a prefeita e secretários, representantes do movimento apresentaram 10 pontos que precisam de atenção no setor da Educação em Prado, mas não tiveram respostas. Conforme o MST, a prefeita Mayra Brito (PP) disse que não tem condições de reformar os espaços e nem de construir outras escolas. O movimento permanecerá ocupando a prefeitura até ser atendido. “Mais pessoas estão indo para a prefeitura, entre pais e alunos dos assentamentos Herdeiros de São João, Rosa do Prado, Jacy Rocha e Acampamento Egídio Brunet”, afirma a direção estadual do MST.
Em Prado, o MST ainda diz que vem buscando dialogar com a gestora há algum tempo para debater a mesma pauta. “Ao meio dia desta quarta sentamos com a prefeita e alguns secretários. Ela ouviu apenas dois dos 10 pontos e disse que não dava para continuar na reunião, que tinha que sair, que deveríamos seguir com os secretários. Nos recusamos, pois há algum tempo viemos conversando com os secretários e nada se encaminha. Agora de fato nós ocupamos a prefeitura”, completa Eliane Oliveira.