Mais 260 famílias ocuparam, na madrugada desta segunda-feira (11), a fazenda Bial, localizada no município de Iuiu, na região do São Francisco. Produtora de monoculturas de algodão e soja, a fazenda se encontra com as atividades paralisadas e “com toda produção perdida”, diz os trabalhadores sem-terra. De acordo com informações do site Voz do Movimento, “o gerente da fazenda e um advogado, acompanhados por uma viatura da Polícia Militar, ameaçaram as famílias afirmando que a ocupação não poderia acontecer e que deveriam sair, a qualquer custa, da área”.
São crianças, homens e mulheres que, por meio da ocupação da fazenda, exigem que o latifúndio seja desapropriado para fins de reforma agrária. “Dessa forma garantiremos alimentos saudáveis a toda população”, diz Edio Alvez, do MST. “Nós queremos alimentar nossas famílias com hortaliças, frutas, verduras e poder criar uma diversidade de animais e aves. A população não vive apenas de algodão e soja”. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em defesa da reforma agrária, que só na Bahia, pretende mobilizar milhares de trabalhadores, ocupando mais de 30 latifúndios.
As lutas acontecerão durante o mês de abril e relembram os 20 anos de impunidade da morte de 21 trabalhadores Sem Terra, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Em repúdio ao ocorrido e luto a execução dos Sem Terra, Vilmar Bordim (44) e Leonir Orback (25), na última quinta-feira (7), no município de Quedas do Iguaçu (PR), uma lona preta foi estendida sobre a fazenda. As informações são do site Voz do Movimento.