O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse, nesta terça-feira (12), que o resultado da comissão especial sobre a aprovação do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), já era esperado. “Acredito que foi uma derrota para quem achava que seria uma goleada, mas a base conseguiu 27 votos e o apoio de partidos importantes para fortalecer a democracia e derrubar o pedido de impeachment, que não tem fundamento algum, já que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. Vamos reforçar a atuação na base e nas ruas com os movimento sociais e populares, tomando os grandes centros para barrar o golpe com uma vitória no plenário no próximo domingo [17, dia da votação do impeachment]”.
Para Assunção, o processo nada mais é que “uma vingança do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o deputado não conseguir votos suficientes para barrar a abertura de processo no conselho de ética”, que pede sua cassação por uma série de crimes, inclusive recebimento de propina e lavagem de dinheiro. “Cunha é réu do STF [Supremo Tribunal Federal], opera um golpe contra a democracia com a ajuda dos setores conservadores do país, parte do conglomerado das empresas midiáticas e do vice-presidente Michel Temer, que quer o posto de Dilma sem ter recebido um voto sequer. Esse grupo manobrou, inclusive, para uma formação da comissão, por isso considero uma derrota para eles e para todos da oposição, que achavam que ganhariam de goleada”. Valmir ainda diz ser “deplorável um vice presidente da República divulgar áudio e mentir dizendo que foi sem querer. Mostra nitidamente a roupagem golpista dele”.
Ainda conforme Valmir, a sessão da comissão especial na segunda foi marcada pelo desrespeito e intolerância da oposição ao debate e às falas de diversos deputados. Ele diz ainda que a operação de Eduardo Cunha segue atropelando a Constituição Federal. “Após sessões cansativas na segunda, terminamos mais fortes e com mais convicção de que a luta é necessária. Temos que manter a soberania do voto e do povo brasileiro, o que estão fazendo é um desrespeito à Constituição. Como já era previsto, a adoção ao golpismo dentro da comissão do impedimento foi escancarada. Mas temos nossa posição contra o golpe e vamos iniciar agora uma nova fase com o governo Dilma sem golpistas nos quadros de funcionários”, completa.