O grupo de hackers ‘Anonymous Brasil’ atacou, nesta segunda-feira (2), sites da Justiça de Sergipe em represália ao bloqueio do WhatsApp por 72h, determinado pelo juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE). Em nota na sua fan page, ‘Anonymous Brasil’ anunciaram uma série de ataques para tirar do ar os sites da justiça sergipana como a Justiça Federal de Sergipe e o Tribunal de Justiça de Sergipe. “Se o WhatsApp ficará bloqueado por 72h, assim será também então com o site do Tribunal de Justiça de Sergipe, em forma de protesto pelos motivos expostos”, aponta trecho da nota publicada pelo grupo.
O aplicativo de troca de mensagens informou nesta segunda (2) que está desapontado com a decisão judicial que bloqueou o serviço em todo o país. Segundo a empresa, a decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do serviço. “Depois de cooperar com toda a extensão de nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu, mais uma vez, ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil. Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros, que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que não temos”, afirmou o Whatsapp por meio de nota enviada à Agência Brasil.
A empresa ainda não informou se irá recorrer da decisão judicial. O WhatsApp está bloqueado em todo o país desde as 14h desta segunda. A medida vale inicialmente por 72 horas, mas, se houver uma liminar derrubando a decisão, o serviço pode ser retomado antes desse prazo. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), todas as companhias receberam a intimação e cumprirão a determinação judicial. Jornal da Chapada com informações da Agência Brasil.
Confira comunicado completo do ‘Anonymous Brasil’:
A #OpStopBlocking surge nesse momento como um protesto frente ao bloqueio do WhatsApp determinado pelo juiz Marcel Montalvão, de Sergipe. O juiz determinou a suspensão do serviço de comunicação devido a uma investigação policial de tráfico internacional de drogas. O objetivo para tal atitude pode ser considerado até louvável por alguns, mas essa determinação esconde por trás dois fatores interessantes.
Um deles é da impossibilidade do WhatsApp entregar as conversas descriptografadas para a polícia, devido ao tipo de tecnologia que o aplicativo usa (P2P). Isso já é sabido pelas autoridades há muito tempo, o que nos leva a crer, consequentemente, no segundo fator.
Ficou claro e óbvio que tal medida visa restringir as medidas tomadas em prol da liberdade e da privacidade que os novos meios de comunicação nos trouxeram. O governo está forçando que empresas como o WhatsApp passem a armazenar o conteúdo das mensagens trocadas pelo aplicativo em sua forma plena e clara, restringindo seriamente nossos direitos básicos à privacidade.
Especialistas da área do Direito Eletrônico e de TI dizem que a decisão foi tomada com base no Marco Civil da Internet, que foi supostamente desenvolvido para estabelecer regras claras para o funcionamento da Internet e impedir que esse tipo de medida abusiva de suspensão de serviço fosse praticada. A medida tomada pelo Juiz, no entanto, tem respaldo sim no Marco Civil da Internet.
Se o WhatsApp ficará bloqueado por 72h, assim será também então com o site do Tribunal de Justiça de Sergipe, em forma de protesto pelos motivos expostos.
Não nos calarão.
Anonymous Brasil