Por Magda Asenete*
Como os pais podem ensinar importantes valores aos filhos, como, por exemplo, honestidade, responsabilidade, respeito, lealdade, solidariedade, paciência e autocontrole? É simples, “dando o exemplo”. Essa frase já deve ter se repetido várias vezes, mas é a pura verdade. Por quê?
A criança tem por hábito, principalmente em faixas etárias menores, de imitar tudo e todos. Os pais são verdadeiros heróis, mesmo que façam coisas erradas. Porém a família é o primeiro núcleo social da criança e deve transmitir, de forma saudável, o aprendizado diário da convivência.
Pais e mães precisam entender que eles são espelho para os filhos. Eles aprendem a conviver através da rotina. Logo, se no dia a dia da família houver respeito, paciência e autocontrole, eles irão refletir tais condutas sem questionamento. Por exemplo, será que você faz uso das palavras mágicas em casa, como “por favor”, “obrigada”, “com licença”, “posso”? Caso essa prática seja utilizada diariamente na casa, esse hábito será para a vida toda.
No entanto, um dos valores mais importantes a se ensinar é a ética. A partir dele, todos os outros também terão lugar de destaque. O que é ser ético? É possuir moral e ser honesto. Não querer estar acima de ninguém. Respeitar espaços, opiniões, raça, condição social, ser solidário, não fazer intrigas e, principalmente, assumir todos os erros. Não é fácil ser ético. Atualmente contamos nos dedos aqueles que se apropriam dessa prática.
Esse aprendizado se torna fundamental na primeira infância. Quanto maior a criança, mais hábitos (saudáveis ou vícios) irá adquirir. Por isso que se deve encontrar o equilíbrio entre o certo e o errado. E isso vai depender muito da formação dada pela família e pelos educadores. É nessa fase que a personalidade da criança é formada. Se algo der errado, no futuro poderemos ter jovens com várias patologias.
Por esse motivo, a escola também desenvolve um grande papel no desenvolvimento da criança. A instituição precisa ensinar e intervir. Nos currículos educacionais contamos com as matérias de filosofia e cidadania, mostrando o cuidado que devemos ter uns com os outros, com os relacionamentos e com a natureza. Cabe aos docentes mediar essa relação de maneira que haja aprendizagem e coerência na vivência diária e interceder quando algo partir em sentido contrário.
Hoje, o individualismo está em alta e na relação individual não há necessidade de construir respeito, solidariedade, fidelidade, honestidade, responsabilidade, autocontrole e muito menos paciência. A lealdade é para si próprio, o adulto. E assim vão-se criando crianças tristes e inseguras.
Por isso, escola e família devem andar em via de mão única. O ambiente deve ser sempre solidário, respeitoso, mostrar que está ali para ajudar no que for preciso, ensinar a conseguir e produzir, induzindo à autonomia. Precisamos reforçar sempre o quão é benéfico fazer o certo. Este é o papel de toda equipe pedagógica e administrativa. Criar crianças saudáveis e felizes.
*Magda Asenete é pedagoga