A equipe de buscas do espanhol Hugo Ferrara Tormo, desaparecido na Chapada Diamantina desde dezembro do ano passado, encontrou novo vestígio do rapaz. Desta vez eles saíram de Lençóis em direção ao 21 na segunda-feira (24) passada e encontraram uma aba de boné que os cães confirmaram sendo do turista desaparecido. O grupo, que é formado por voluntários, tem dois guias locais e mais quatro integrantes da Unidade K9, equipe de busca que utiliza cães farejadores e está presente em oito estados brasileiros, além de Uruguai, Argentina e Panamá.
Há cerca de 30 dias os cães encontraram próximo à cachoeira do 21 um cajado que foi sinalizado como tendo sido utilizado por Hugo. Isso foi possível através do treinamento que os cães tem para farejar com base em peças de roupas dadas pelos familiares do turista. No caso foi utilizada uma palmilha de tênis. De acordo com Jorge Pereira, líder da Unidade K9, em contato com a reportagem do Jornal da Chapada, foi utilizada a “palmilha pelo grau de transpiração que a pessoa deixa e porque poucas pessoas tocam nessa peça.”
Jorge disse que perto do local onde foi encontrado o cajado eles encontraram a outra peça. “Passamos pelo Ribeirão e conseguimos localizar mais uma peça no Sossego, uma aba de boné. E ao fazer a compatibilidade de odor o cachorro sinalizou positivo”, declarou Pereira. Segundo ele, as condições em que foi encontrada a peça, parcialmente enterrada na trilha, contribuíram com a preservação do odor. Isso “ajuda bastante a delimitar uma área onde conseguimos colher uma maior quantidade de pistas da localização da vítima”, afirmou Jorge.
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Unidade Diamantina
Jorge adiantou que eles criarão a Unidade K9 Diamantina, e darão suporte de treinamento de cães para o guia André Muinhos, que vai auxiliar no trabalho de busca e resgate. O grupo tem cães que fazem detecção de material explosivo, drogas sintéticas e semi-sintéticas, células cancerígenas, além do único cão no mundo capaz de detectar hormônios das larvas do Aedes Aegypti, o mosquito que transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.
O líder da Unidade K9 disse que o trabalho é voluntário. “Só recebemos ajuda de custo para nosso deslocamento de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. Mas não cobramos nada e, para formação da célula Bahia, estamos doando um cão para ajudar a sociedade”, disse Pereira. Eles estão tendo essa atitude para que não sejam convocados apenas em último caso, como agora “quando ninguém mais quer participar das buscas e até a aeronave nos foi negada, o que acarretou em um esforço muito grande dos cães, sem necessidade”, concluiu.
Por Adalício Neto / Jornal da Chapada
Confira vídeo da Unidade K9 fazendo o teste de compatibilidade:
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