A Operação Orobó, desdobramento da Operação Águia de Haia, que foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (2), conseguiu, além de localizar dinheiro e bens adquiridos, identificar que a organização criminosa pagou advogados para pessoas envolvidas, para que defendessem não os clientes, mas os membros da quadrilha. Ou seja, os advogados interferiam impedindo o cliente em questões que o beneficiariam, mas prejudicariam a organização. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo um em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, seis em Salvador e um em Feira de Santana. Chegou a ser feito um pedido de prisão preventiva, mas que foi negado.
De acordo com a PF, o prefeito de Ruy Barbosa, José Bonifácio Dourado (PT), foi indiciado por desvio de verbas de Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e lavagem de dinheiro. Em Ruy Barbosa, a busca foi em uma residência; em Salvador, foram três residências e dois escritórios de advocacia. A empresa com escritório em Salvador vendia propostas de preço para criar custo estimado falso, além de modelo de edital de licitação e contrato. De acordo com o delegado Fernando Berbert, a prefeitura colocava os timbres nos documentos para simular que eles eram oficiais.
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A alegação dos contratos era o fornecimento de software de gestão acadêmica, pra gerir a secretaria de Educação e escolas municipais. Entre as apreensões, foram encontrados comprovantes de imóveis, de transações envolvendo venda de gado, mas os relatórios ainda estão em fase preliminar, porque os autos decorrentes da investigação estão sendo analisados.
Nesta fase, um automóvel comprado com um cheque do principal investigado em nome de outra pessoa foi apreendido. O proprietário do cheque é empresário e a pessoa em nome da qual foi comprado o veículo é ligada ao prefeito de Ruy Barbosa. “O cheque era parte da propina que foi paga”, explica Berbert. Duas pessoas que são alvo da apuração desde a Águia de Haia ainda não foram localizadas. Jornal da Chapada com informações do Bahia Notícias.
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