O deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), iniciou uma campanha para buscar uma sucessão à presidência da Câmara de Deputados através de mensagens instantâneas via celular horas depois de renunciar ao cargo, na última quinta-feira (7). Ele utilizou um dos grupos de conversa do seu partido para isso. Segundo consta, ele quer priorizar políticos do grupo denominado “centrão”, sobre o qual ele mantém influência.
Nas mensagens fica claro que há uma relação de proximidade de Cunha com o presidente interino Michel Temer. “Temos condição diferente hoje por termos o presidente da República”, afirmou em uma das mensagens de texto. Para convencer os peemedebistas a terem pressa na votação da escolha do novo presidente da Câmara, Cunha sinalizou que, com Waldir Maranhão à frente dos trabalhos, a Casa permaneceria paralisada na última semana antes das férias dos congressistas e haveria margem “ao golpe que querem fazer de aceitar o impeachment de Michel”.
Cunha agradeceu aos peemedebistas pelo “carinho” e a “solidariedade” e fez uma autodefesa, dizendo que a composição da Mesa Diretora, que acumula candidatos à presidência, não foi de sua escolha, mas sim de cada partido. Ele faz referência direta ao vice-presidente Waldir Maranhão e ao primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), ex-aliado que tenta ocupar sua agora vaga cadeira.
“Belo (sic), em uma pesquisa rápida, responde a três inquéritos no STF, além de duas ações penais”, ataca o peemedebista. “Nunca podemos esquecer que vencemos a eleição em primeiro turno em aliança com vários partidos. Ninguém sozinho ganha a eleição”, continua. Ele saiu em defesa do chamado “centrão” e afirmou que o grupo “não é contra” o PMDB.