Uma chantagem descarada vem sendo feita pelo deputado afastado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que a votação da cassação de seu mandato, marcada para 12 de setembro, uma segunda-feira, ocorra apenas depois das eleições, ou seja, em novembro.
A Globonews noticiou que Cunha mandou recado por meio de seus aliados de que se a votação ocorrer na data agendada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele firmará um acordo de delação premiada na Lava Jato, podendo comprometer dezenas – ou até centenas – de membros do parlamento e do governo.
Segundo a jornalista Andréa Sadi, Cunha nega a delação, mas de acordo com aliados, não nega mais de forma categórica. A repórter destaca que o próprio Palácio do Planalto também queria que a cassação ficasse para depois da votação do impeachment, o que já ocorreu. Mas Cunha exige que ela ocorra ainda mais tarde.
Segundo o colunista Lauro Jardim, também do Globo, para quem a “pizza de Cunha [está] no forno”, os aliados do deputado réu no STF têm tentado convencer aqueles que devem favores a Cunha a faltar na sessão do dia 12, alegando compromissos com a campanha municipal.
Tanto aliados quanto integrantes do governo de Michel Temer estão preocupados e rebatem a chantagem com o argumento de que é preciso ver se a Procuradoria Geral da República aceitaria uma delação de Cunha, que precisaria ter informações novas sobre a investigação para receber benefícios em seu processo, segundo Sadi. Redação do Brasil 247.