O baiano e medalhista olímpico Robson Conceição, que conquistou a medalha de ouro na categoria peso leve (até 60 kg) dos Jogos Olímpicos Rio-2016, deverá ser homenageado com a Comenda Dois de Julho. O projeto de resolução, homenageando o pugilista, foi apresentado pelo deputado estadual Carlos Geilson (PSDB), na Assembleia Legislativa da Bahia, nesta quarta-feira (17). Robson Conceição não tinha grandes sonhos. Invocado, queria apenas ser como o tio Roberto, famoso por brigar na rua. Com isso, ele virou o “Terror” do humilde bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador, onde nasceu e reside até hoje. Ao descobrir o boxe, o menino briguento trocou os socos nas ruas pelos ringues.
No início, treinava com um amigo no fundo de um quintal. As luvas e manoplas eram improvisadas com ataduras que Robson Conceição buscava no hospital, fingindo estar com o braço machucado, e sandálias de borracha. A pedido da avó, dona Neuza, ele se matriculou em uma academia, virou atleta e viu que poderia sonhar mais alto. “É com muito prazer e alegria que indico essa comenda ao pugilista Robson Conceição. Nosso menino de ouro. A autoria da Emenda 66 da Constituição e a relatoria do principal código do nosso País já justificam esta iniciativa pelo alcance das mesmas, em beneficiar o povo brasileiro, cuja parcela composta pela sociedade baiana representamos nesta Assembleia Legislativa e nos autoriza a homenagear aqueles que acreditamos serem merecedores do reconhecimento de algo feito em favor do nosso Estado e do nosso País. E sei que não resta dúvidas aos brasileiros do quanto Robson é merecedor desta Comenda”, explicou Geilson.
Robson Conceição ralou muito. Foi feirante, vendeu picolé na praia, foi ajudante de pedreiro. Perdeu na estreia em duas Olimpíadas, Pequim 2008 e Londres 2012. Mas o destino lhe guardava algo grandioso. Na insistência e no talento, se tornou campeão olímpico nas Olimpíadas Rio 2016, em sua casa. Com o Pavilhão 6 do Riocentro pulsando, Robson Conceição derrotou o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime, com 3 a 0 (30-27, 29-28 e 29-28) na noite desta terça-feira (16). Aos 27 anos, o atleta colocou seu nome na história ao conquistar a primeira medalha de ouro do boxe brasileiro nos Jogos Olímpicos. Hoje, ele não é mais o “Terror”. É o orgulho da Boa Vista de São Caetano. Orgulho de Salvador. Orgulho da Bahia. Orgulho do Brasil e Orgulho Mundial.