Por Gervásio Lima*
No próximo domingo, dia 2 de outubro, os brasileiros estarão participando de um dos principais atos democráticos que existe em todo o mundo, da eleição que decidirá, através do voto, quem entra, quem sai ou quem continua nas câmaras de vereadores e prefeituras dos 5.570 municípios do país. Um ato simples, mas que pode trazer consequências inimagináveis dependendo da escolha.
Uma eleição não pode ser vista como uma partida de futebol, onde as torcidas esperam a vitória, independente dos jogadores que estão em campo. O importante é ganhar e se manter em uma posição confortável na tabela do torneio que disputa. No jogo eleitoral a história é outra. Não basta apenas vencer. Nesta disputa os torcedores não podem deixar que a emoção se sobreponha à razão e acabe jogando errado. É preciso analisar o perfil dos que se colocam à disposição para entrar em campo. Muito cuidado precisa ter também com os que se ‘auto escalam’ e os que surgem do nada só para bagunçar o baba.
Observe que o time de segunda divisão só se encontra ou estar nesta situação porque não cumpriu direito o seu dever de casa. Da mesma forma são os políticos que já tiveram a oportunidade de mostrar capacidade de gerir, no caso de prefeitos e de legislar, os vereadores e não foram aprovados pela população, por isso não merecem a confiança do voto novamente. Não adianta, jogador quando é ruim só quem o salva são as propagandas enganosas de seus empresários e dos seus patrocinadores. Pau que nasce torto nunca se endireita.
O encontro entre o eleitor e a urna eleitoral dura menos de um minuto. Ao teclar os números errados de um candidato que prometeu resolver um problema individual e pontual na troca do voto, poderá afetar toda uma população por 48 meses, 1.440 dias, 34.560 horas, 2.073.600 minutos e 124.416.000 segundos. Para se consertar o erro demora o equivalente ao período de espera de uma Copa do Mundo de Futebol ou uma Olimpíada. Eleitor consciente não se deixa enganar com falsas promessas ou com desculpas esfarrapadas dos que não cumpriram com suas obrigações quando tiveram chances para tal. Equilíbrio, honradez, experiência e, principalmente, ser ficha limpa e sem problemas judiciais.
Se faz necessário uma análise minuciosa na escolha dos candidatos a prefeito e a vereador. Com política e com políticos não se brinca. O eleitor é o único responsável em decidir os destinos de sua cidade, do seu estado e do seu país. No momento em que estiver a sós com a urna, o eleitor não precisa se acovardar, amedrontar ou se sentir coagido. Lembre-se sempre, o voto é secreto e está intrinsecamente associado às liberdades de garantias individuais e à democracia.
Como diz um ditado português, cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém. O eleitor não pode arrepender do que fez e sim do que poderá deixar de fazer.
“Esse jogo não é um a um
(se o meu clube perder é
zum-zum-zum)
Ah olhe o Jogo não é um a um
(se o meu clube perder é
zum-zum-zum)
O meu clube tem time de primeira
Sua linha atacante é artilheira
A linha média é tal qual uma barreira
O center-forward corre bem na dianteira
A defesa é segura e tem rojão
E o goleiro é igual um paredão”
Um a Um – Jackson do Pandeiro
*Gervásio Lima é jornalista e historiador