As eleições para a presidência do União dos Municípios da Bahia (UPB) deve contar com pelo menos três postulantes ao cargo. Recém-eleito prefeito da cidade de Belo Campo, José Henrique Tigre, conhecido como Quinho (PSD), já se coloca na disputa ao posto que atualmente é ocupado por Maria Quitéria, prefeita de Cardeal da Silva. Os outros dois nomes que devem concorrer ao pleito também são do PSD, que tem o senador Otto Alencar como presidente estadual. São eles, o prefeito reeleito de Cairu, Fernando Brito, e o deputado estadual Robério Oliveira, que venceu as eleições municipais deste ano em Eunápolis, no Extremo Sul do estado, e vai assumir como chefe do Executivo em janeiro do próximo ano.
O embate deve acontecer na segunda quinzena de janeiro. Segundo Quinho, o momento é de fortalecer as cidades junto à União. “Esse é o desafio. Vamos ter que buscar mecanismos que sejam capazes de fazer com que os municípios possam assumir, de fato, o papel federativo. Um total de 80% do que se arrecada fica com a União”, afirmou ele. Para Quinho, é preciso que os prefeitos que vão assumir seus postos em janeiro de 2017 se unam na busca pelo fortalecimento. “Não podemos continuar assistindo o perverso privilégio existente hoje na distribuição de investimentos e obras”, apontou ele.
“Os municípios estão à beira da falência. Com a crise econômica houve uma crescente e brutal queda nos valores dos repasses constitucionais sem a contrapartida da redução de despesas. Pelo contrário, o valor de custeio da máquina pública tem registrado um crescimento que está tornando inviável diversas administrações. É preciso registrar ainda que os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, como prudencial sobre a folha de pagamento, não atende à realidade e tem contribuído para que a cada dia mais prefeitos tenham suas contas rejeitadas.
O resultado disso é a descontinuidade dos serviços, como saúde e educação, além de obras de ações sociais em prejuízo para o conjunto da população.A reclamação de Quinho já tinha sido externada por Maria Quitéria. Em conversa com a Tribuna, ela revelou que cerca de 30% das cidades baianas devem fechar o ano com déficit. Um dos motivos para as contas no vermelho é a queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
“É uma situação dos estados do Nordeste, não é só da Bahia. Na região, 99,5% dos municípios dizem ter sentido os efeitos da crise instalada no país, e destes 81,4% sentiram o impacto na área da educação, e 84,9% disseram sofrer na área da saúde. As consequências dessa crise é o atraso no pagamento”. Extraído da Tribuna da Bahia.