O meia baiano Sérgio Manoel, natural da cidade de Xique-Xique, no oeste da Bahia, foi um dos que estava no avião que caiu com a equipe da Chapecoense na madrugada da última terça-feira (29). Ele não conseguiu se salvar do fatídico acidente. Seu pai, Gilson Santos, tem acompanhado todas as informações sobre o acidente e deve viajar nas próximas horas para Chapecó para acompanhar a chegada do corpo do filho. Ao todo, a tragédia deixou 71 mortos, e seis sobreviveram. Em entrevista à TV Oeste, afiliada da TV Bahia no Oeste do estado, Gilson disse que pretende trazer os restos mortais do filho para a cidade natal dele.
“Está muito ruim, muito machucado. Estou indo para Chapecó para ver o meu filho morto. Daqui para frente, só Deus vai dar força para mim. Estou indo para lá para ver se consigo trazer o corpo do meu filho para Xique-Xique. Não sei se vou conseguir, não sou só eu que posso tomar uma decisão dessa. Eu queria que ele fosse enterrado aqui, do lado do avô dele”, lamentou Gilson. O vice-presidente da Chapecoense e agora presidente em exercício do clube, Ivan Tozzo, informou que a expectativa é que o reconhecimento dos corpos pelos familiares seja feito em São Paulo e que seja realizado um velório coletivo no estádio do clube.
Abalado com a tragédia, Gilson lembra a conversa que teve com Sérgio Manoel e o pedido que fez ao filho logo após a última partida da Chapecoense, contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro. “Meu filho, quando jogou contra o Palmeiras, ligou para mim e disse: ‘Painho, eu rompi tudo que eu queria’. Eu disse: ‘Meu filho, quero que você seja campeão’. Era a melhor coisa que ele tinha que dar par ao pai dele e para o pessoal que ama e gosta dele.
Principalmente porque ele é filho de uma cidade que poucas pessoas sabem falar de onde é. E ele colocou Xique-Xique lá em cima. Acabou com a minha vida. Eu não tenho mais nada. Tenho mais dois filhos, mais dois netos. É muito doloroso. Eu agradeço muito o pessoal que está me dando apoio.” Por conta da tragédia, o prefeito de Xique-Xique decretou luto oficial no município. Embora baiano, Sérgio Manoel nunca jogou em um clube do estado. Ele tinha 27 anos e, além da Chapecoense, passou por Mirassol, Coritiba, Atlético-GO, Paydandu e Água Santa. Com informações do Globo Esporte.