Divulgada na manhã desta terça-feira (6) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) não trouxe resultados animadores para o Brasil, que teve o desempenho avaliado como menor do que o adequado em leitura, matemática e ciências. Os estudantes que participaram obtiveram uma pontuação abaixo do nível 2, o ideal nas três áreas avaliadas pelo Pisa. Segundo o programa, 56,6% dos estudantes estão abaixo do nível 2 e 0,02% está no nível 6, o máximo. Já em leitura, 50,99% estão abaixo do ideal e 0,14%, no topo. Em matemática, o pior índice: 70,25% não estão adequados, contra 0,13% no maior nível.
“Esses resultados identificam que nossa educação é ainda falha e precisa de investimentos, se quisermos mudar esse parecer em um futuro próximo. Acredito que a falha está principalmente na valorização do professor, das escolas públicas e dos alunos também. Não podemos mais aceitar que o nosso país, que tem tantos estudiosos e conhecidos pelos seus estudos e idealizações, continue conquistando resultados inexpressivos. É preciso mudar a realidade da nossa educação”, disse a vereadora eleita Lorena Brandão (PSC), que também é professora universitária e lida com educação em todas as áreas de sua vida, seja na igreja, faculdade ou bandeira partidária.
O Pisa testa os conhecimentos de matemática, leitura e ciências de estudantes de 15 anos de idade. A avaliação é feita a cada três anos. Cada aplicação é focada em uma das áreas, e no ano de 2015 o foco foi em ciências, onde foi concentrado o maior número de questões da avaliação.
Ao total, 540 mil estudantes participaram desta edição do Pisa, número que representa 29 milhões de alunos dos países participantes. O programa incluiu os 35 países-membros da OCDE, além de economias parceiras, como o Brasil. No país, participaram 23.141 estudantes de 841 escolas. A maior parte deles (77%) estava matriculada no ensino médio, na rede estadual (73,8%), em escolas urbanas (95,4%).
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que realizou no Pisa no país, outros dados mostram a diferença de educação entre os estados brasileiros. Em ciências, o Espírito Santo foi o melhor colocado, com 435 pontos.
O pior resultado veio do Nordeste Brasileiro, através de Alagoas, que teve 360 pontos. A média brasileira na matéria ficou em 401 pontos, em leitura 407 pontos e em matemática, 377. Ao total, além da Bahia, outros 14 estados ficaram com a média abaixo da brasileira: Roraima, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Rondônia, Amapá, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe, Maranhão, Tocantins e Alagoas.
“Outro fator que mostra que devemos repensar. A mesma educação que o Sul e Sudeste têm não é a mesma que o Norte e Nordeste recebem. Essa desigualdade fere todos os setores do nosso país e mostra que estamos despreparados. É mais do que necessário mudar esta realidade. Esses números são preocupantes e podem marcar o nosso futuro de forma desastrosa”, pontua Lorena Brandão.