Tudo indica que o ex-governador Jaques Wagner já está em campo pela tarefa que era esperado que ele assumisse: a de articulador político do governador Rui Costa. Wagner foi convocado por Rui para uma reunião ontem com objetivo de arrefecer o clima na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que pega fogo às vésperas da eleição para a presidência da Casa no biênio 2017-2018. Com as candidaturas do atual presidente, deputado Marcelo Nilo (PSL- no cargo há 10 anos – cinco mandatos consecutivos), e dos deputados Ângelo Coronel (PP) e Luiz Augusto (PP). O problema é que, além do próprio Nilo, os outros dois parlamentares são de partidos de aliados de peso do governador, o PP do vice-governador, João Leão, e o PSD do senador Otto Alencar. Ambos presidem seus respectivos partidos na Bahia.
Para aumentar o incêndio, Otto afirmou ontem, de acordo com o Bahia.ba, que o chefe de gabinete de Rui Costa, Cícero Monteiro, estaria ‘assediando’ deputados em favor de Marcelo Nilo. É aí que entra em cena o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner. Mas a avaliação é de que agora é tarde, pois a eleição acontece na quarta-feira (1º), e a base do governo está nitidamente rachada diante de três candidaturas dentro do bloco. Participaram da reunião de ontem ainda os deputados Rosemberg Pinto (PT) e Reinaldo Braga (PSL) e do secretário de Relações Institucionais do governo, Josias Gomes, responsável pela articulação política de Rui até o desembarque de Jaques Wagner na gestão.
Ainda de acordo com o site, o governo avalia a possibilidade de lançar outra candidatura, para que Coronel e Luiz Augusto saíssem do páreo. Marcelo Nilo prefere o silêncio em meio às chamas que consomem o parlamento. À oposição cabe o regozijo de saber que está em suas mãos o poder de definir o novo (ou o mesmo) presidente da Casa, embora o bloco não tenha lançado nenhum candidato. Por ora, nos bastidores a informação é de que quem tem maior simpatia da bancada é Ângelo Coronel.
A eleição da Assembleia, vale lembrar, gira entorno também do pleito de 2018, e o governador Rui Costa é refém dos dois maiores partidos de sua base, PSD e PP, respectivamente. Tem a ver também com o próprio Marcelo Nilo, que quer ser candidato a senador e avalia que continuar à frente da Assembleia será porta de entrada na chapa de Rui, que terá duas vagas para candidatos ao Senado. Entre os possíveis postulantes às duas vagas, além de Nilo, estão os senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata e o secretário Jaques Wagner. Da Tribuna da Bahia.