O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) se manifestou, na noite desta terça-feira (31), para defender os vereadores de Salvador Luiz Carlos Suíca e Moisés Rocha, expulsos pelo diretório municipal do Partido dos Trabalhadores. Assunção considera a decisão um erro e diz que ambos os edis devem reverter a situação em outras instâncias. “Os vereadores não foram ouvidos durante o processo de votação da Câmara e a bancada decidiu. A decisão sobre a expulsão praticamente dividiu ao meio a direção partidária, o que, por si só, já demonstra sua fragilidade. O processo também foi conturbado sendo que um membro da executiva estadual do partido sequer pôde falar durante a discussão. O diretório estadual com certeza irá reparar este equívoco cometido”, salienta Valmir.
Suíca e Moisés entraram com recursos na Executiva Estadual do partido contra a decisão de expulsão do diretório municipal de Salvador. Para Valmir, a posição do PT municipal foi unilateral, “diante do atual cenário político não se pode deixar de ouvir a defesa de ambos os edis”. Considerado o deputado que mais votou contra o governo de Michel Temer (PMDB), Assunção defende a permanência dos dois petistas. “Foram os trabalhadores em limpeza pública que deram quase 10 mil votos a Suíca e ao PT, foram os trabalhadores, os sindicalistas que deram quase 6 mil votos a Moisés, e eles estão vendo o partido – que confiaram suas lideranças – simplesmente expulsar, o que estes setores vão achar do PT? Em um momento de extrema fragilidade política que o partido enfrenta, a decisão é um erro”.
Valmir ainda lembra que a bancada do PT na Câmara Federal decidiu, por meio de diálogo, não votar em candidatura para a presidência da Casa de parlamentar envolvido no impedimento da presidente Dilma Rousseff. “Ajudei internamente a construir o apoio por consenso em torno de André Figueiredo, do PDT, para a Câmara dos Deputados, e tenho essa firmeza ideológica. Não estou discutindo o mérito dos votos, mas a essência do PT, por isso um partido que defende a democracia não pode tomar uma posição unilateral à expulsão e ir ao extremo sem dialogar, sem ouvir. Atropelou só por ter maioria simples”, sintetiza Assunção.