Ao apresentar nesta terça-feira (21) o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) avaliou que o resultado do Brasil mostra um país “estagnado”, acende a “luz amarela” e indica que ainda falta “muito” a ser feito. A coordenadora do RDH, Andréa Bolzon, apontou “retrocesso” do Brasil em relação à renda. Pelo relatório, a renda do Brasil caiu entre 2014 e 2015 e atingiu o menor patamar desde 2010 (leia mais ao final desta reportagem). Segundo o ranking mundial de Índice de Desenvolvimento Humano, que abrange 188 países, o Brasil permaneceu no 79º lugar ao registrar IDH de 0,754, numa escala que varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país). Nesta posição, o Brasil integra os países com desenvolvimento “alto”.
O relatório, divulgado nesta terça, foi elaborado em 2016 e tem como base os dados de 2015. Para calcular o IDH, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) leva em conta dados sobre saúde, renda e conhecimento. Segundo o ranking mundial, dos 188 países analisados, 159 melhoraram o IDH entre 2014 e 2015, enquanto 13 tiveram redução no índice e 16, mantiveram o mesmo patamar (o Brasil é um desses 16). “A situação do Brasil é de estagnação. O Brasil não melhorou no índice, mas também não piorou no ranking. […] [O resultado] é uma luz amarela, um alerta para a gente olhar com atenção e entender o que precisa ser feito”, avaliou nesta terça a coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil, Andréa Bolzon.
Pouco antes de a coordenadora apresentar os dados à imprensa, na Embaixada da ONU em Brasília, o coordenador do Sistema ONU no país e representante do Pnud, Niky Fabiancic, já havia destacado que, embora os números mostrem que o Brasil “tem avançado de maneira consistente” no IDH nos últimos 20 anos, ainda “há muito o que precisa ser feito”. Fabiancic disse, ainda, que alguns assuntos são “urgentes” no Brasil, como o combate à pobreza e ao desemprego, acrescentando que o Sistema ONU está “atento” às reformas sugeridas pelo governo do presidente Michel Temer, entre as quais a da Previdência Social, a trabalhista e a tributária. As informações são do G1.
Leia também
Estudo aponta que 40% das crianças de 0 a 14 anos no Brasil vivem na pobreza
Gráfico produzido pelo G1