Estudantes da rede estadual do Colégio Estadual da Bahia – Central, em Salvador, estão fazendo parte do Centro Juvenil de Arte e Cultura, e utilizando materiais reutilizáveis como papelão, madeiras, garrafas plásticas e cordas, para criar instrumentos musicais, fantasias e diferentes obras de arte, nas oficinas “Papéis interativos” e “Bandodipapel”. O Centro Juvenil oferece cursos e oficinas no turno oposto aos quais os estudantes do Ensino Médio e da Educação Profissional estão matriculados, ampliando o acesso da juventude baiana às temáticas culturais e científicas contemporâneas.
Na oficina “Papéis interativos” os estudantes matriculados produzem diferentes peças, como fantasias, tendo como matéria-prima principal o papelão. Já na “Bandodipapel” são confeccionados instrumentos musicais percussivos, como marcações, tímpanos, atabaques, timbales, repiques, pandeiros e moringas. Neste processo, os estudantes aprendem a criar e a tocar cada instrumento. As atividades destas oficinas acontecem nas terças e quintas-feiras, no período da tarde.
O resultado do trabalho são esculturas, objetos e instrumentos produzidos coletivamente com base no olhar e na percepção que os jovens têm pelas artes em geral. A técnica empregada é o papelamento, onde são utilizados materiais recicláveis e de baixo custo. As estruturas das peças são montadas com madeiras, plásticos, tecidos, papelão e cola. Para o acabamento e a estética, são usados diferentes tipos de papéis e tintas.
Além disso, com o aproveitamento de garrafas de plástico e radiografias usadas, também são criadas as membranas para os instrumentos, que são necessárias para a produção dos sons a partir dos batuques das mãos. O estudante Abraão Santos, 17, que cursa o 2° ano, acabou de criar uma armadura de samurai para ser utilizada ao praticar o Kenjutsu, que é uma arte marcial japonesa com o uso de espadas.
“Desenho desde os quatro anos de idade e fiquei impressionado com o resultado obtido porque usei apenas papelão e cordas”, afirma o estudante, vestido com sua armadura. Anatália Evangelista do Patrocínio, 19, do 1° ano, está desenvolvendo uma fantasia de um Elfo, que são criaturas místicas da mitologia nórdica. “Estas oficinas funcionam como uma terapia porque desenvolvemos a nossa criatividade para criar o que desejamos, usando papel com base, e isso é muito divertido”, revela.
De acordo com o professor, artista plástico e arte-educador, Ives Quaglia, responsável por ministrar as oficinas, durante as atividades interdisciplinares, os estudantes interagem com diferentes linguagens, associando conhecimentos de Artes, Música, História, Matemática e outros. “Estas oficinas agregam uma série de valores que vão desde a questão cultural, por se trabalhar com instrumentos com um viés histórico de identidade e pertencimento à cultura afro-brasileira, além da sustentabilidade, através da reutilização de materiais”, destaca o educador. Jornal da Chapada com informações da SEC.