A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) recebeu mais uma vez o Movimento Sem Terra (MST) para um ato político em lembrança ao massacre de Eldorado dos Carajás, que completou 21 anos. O ato político, promovido pelo deputado Bira Corôa (PT), também pautou a conjuntura política e social do Brasil um ano após o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff do poder. “Não é uma data de comemoração, mas uma lembrança que nos remete à capacidade de organização do movimento social, uma marca que nos remete ao processo histórico de luta”, pontuou Bira Corôa ao iniciar as falas da mesa. Este ano, o movimento completa 30 anos de existência na Bahia e 33 no Brasil. O ato aconteceu na manhã desta quinta-feira (20).
Ao falar sobre a história do movimento, o dirigente nacional, Evanildo Costa, destacou as conquistas, como melhorias na qualidade de vida de milhares de famílias ligadas ao MST, o acesso à educação superior, entre outros. Ressaltou também a intensificação das lutas pós golpe parlamentar e a derrubada de Dilma. “Sempre travamos uma luta desigual contra o estado burguês, que está à serviço de uma elite que preza pela concentração de renda e foca em ações que criminalizada a classe trabalhadora e os movimentos sociais.”
Retrocessos sociais
A PEC do congelamento dos gastos públicos por 20 anos, o projeto que autoriza a terceirização irrestrita e as reformas da Previdência e trabalhista, associadas a uma série de outras medidas implementadas pelo Governo Temer foram classificadas como pautas de retrocesso, redução de direitos e desmonte de conquistas históricas. “É um pacote de maldades que massacra o trabalhador e coloca o país num cenário de ausência de expectativas, de quebra das grandes empresas nacionais para atender ao capital internacional e consolidar os privilégios de uma elite que não representa a totalidade do povo brasileiro”, completou o parlamentar.
Já a secretária Fabya Reis (Sepromi), que tem sua história de vida e de formação política e cidadã ligada ao MST, muito emocionada, fez referência ao ato como uma “revisita ao que os movimentos fazem há século, que é lutar por uma Bahia mais igualitária”. Assemelhou ainda a luta dos que tombaram no Massacre de Eldorado dos Carajás à mesma força e empenho reconhecidos nas histórias de Zumbi dos Palmares, Maria Felipa, Revolta dos Malês, por exemplo. A atividade na Alba contou com as presenças do representante do mandato do deputado federal Valmir Assunção, Gabriel Oliveira, da militante do Partido dos Trabalhadores, Dani Ferreira, do suplente de deputado Mário Jacó e de Fernanda Silva, representando a SDR.