O II Encontro Estadual do Programa Água Doce aconteceu na última quarta-feira (26), no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador e contou com a presença de representantes de 35 municípios do semiárido baiano. Entre eles estavam prefeitos, secretários municipais e assessores, integrantes de comunidades rurais e as coordenações nacional e estadual do programa. “O Água Doce não traz somente água, mas também saúde, vida, união e solidariedade para a comunidade”, disse Salvador Almeida, liderança da comunidade do Estaleiro, localizada no município de Ipirá, durante a abertura do evento.
“Minha comunidade não é mais a mesma depois da chegada do Água Doce. Tinha falta de água, e muitos problemas de saúde por causa da água suja que a gente bebia. Foi tudo sanado com a água do dessalinizador. Já temos 10 sistemas funcionando em Ipirá, e muitas comunidades estão pedindo”, enfatizou Almeida, durante o evento. O diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas e coordenador nacional do Programa Água Doce, da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Renato Ferreira, ressaltou o objetivo do encontro de buscar a aproximação com os novos prefeitos para firmar a parceria institucional entre os governos federal e estadual, prefeituras e comunidades na gestão dos sistemas.
“É fundamental a participação dos municípios e das comunidades. É na gestão compartilhada que o sistema se sustenta”, disse Ferreira, reforçando o caráter estratégico do programa diante da estiagem prolongada no semiárido e do barateamento da tecnologia de dessalinização. Iniciado em 2004, atualmente o programa tem convênio firmado com nove estados, sendo o da Bahia o maior, com meta de implantar 385 sistemas de dessalinização até 2018, um investimento total de R$ 72 milhões, cerca de 90% recurso federal e 10% estadual.
Já foram implantados 145 sistemas, em 25 municípios do semiárido baiano. O arranjo institucional conta com a coordenação, execução das obras civis pela Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos (Cerb), parceria do Instituo do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e apoio dos municípios e das comunidades beneficiadas na gestão e manutenção dos sistemas.
O coordenador estadual do programa Água Doce, Juca Ribeiro, da Sema, discutiu com as comunidades e representações municipais presentes um dos grandes desafios da implantação: manter os acordos institucionais para que o sistema seja permanente. “O arranjo proposto pela metodologia traz responsabilidades aos municípios, como operador de energia, e para a comunidade, protagonista fundamental na gestão da água potável e operação do sistema”, explicou. Jornal da Chapada com informações da Sema.