A bancada de oposição da Câmara de Vereadores de Salvador esteve, nesta quarta-feira (17), em diferentes bairros da capital para analisar e conhecer os terrenos que serão desafetados pela prefeitura local no projeto aprovado pela Casa. De acordo com o vereador e ouvidor da Câmara, Luiz Carlos Suíca (PT), diferentes áreas foram identificadas e levantaram a polêmica sobre o processo que pode mudar a dinâmica dos bairros. A Ouvidoria da Câmara já faz o levantamento dos terrenos em preparação para a audiência do dia 25 de maio.
“Foram identificados imóveis e terrenos que constam para desafetação em bairros como o da Boca do Rio, em um local que tem documento de posse, onde deverá funcionar uma igreja. Existe um munícipe que reivindica a propriedade de um dos imóveis localizado na Rua da Gratidão, em Piatã. Este cidadão inclusive apresentou cópia do que ele dizia ser escritura do imóvel. Isso dificulta e muda uma dinâmica de bairro já existente e a prefeitura precisa ter muito cuidado com isso”, explica Suíca.
Existe também um imóvel localizado no Imbuí, mais precisamente atrás do Supermercado Extra que, segundo denúncia feita por moradores, tem sido utilizado como depósito de lixo. Há ainda outro imóvel localizado na Pituba, que vem sendo utilizado como área de lazer do condomínio Pituba Ville, tendo os moradores do condomínio até construído uma quadra poliesportiva. “Embora os moradores do condomínio argumentam que a quadra serve a toda à população, os moradores da vizinhança dizem que o acesso à quadra é precário”, afirma o líder do PT e ouvidor da Câmara.
Outro ponto questionado é o fato de dois imóveis estarem localizados próximo a um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que funciona em uma casa alugada pelo município. “A sugestão seria, ao invés de vendê-los, utilizar estas áreas para construir um local para o funcionamento do CAPS e o município não mais pagar aluguel”, informa o edil petista. As pesquisas feitas serão apresentadas em relatório a ser utilizado na audiência do dia 25 de maio. “Vamos ampliar esses debates com as comunidades. É preciso a participação da população para termos fundamento e destacar a importância de não se mudar a rotina diária dos moradores dos bairros envolvidos no processo de desafetação”, completa.