A Polícia Federal (PF) iniciou uma operação na manhã desta quinta-feira (18) em diferentes endereços ligados ao senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, após a publicação da delação do dono da empresa JBS, Joesley Batista, revelada pelo O Globo, em que o político mineiro aparece pedindo R$2 milhões ao empresário. Os imóveis de Aécio para onde foram os agentes da PF estão localizados no Lago Sul, em Brasília, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e em Anchieta, em Minas Gerais. Ele também tem uma fazenda no município de Cláudio, no interior de Minas.
A operação acontece também nos gabinetes no Congresso do próprio senador, do senador Zezé Perella (PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e à residência de Andréa Neves, irmã de Aécio. Segundo uma testemunha que acompanhou a ação da PF, o senador Aécio Neves esteve na sala de sua casa em Brasília trajando camisa e calça social e conversando com os policiais federais na residência.
Em Ipanema, no Rio de Janeiro, a PF foi ao prédio do senador acompanhada de representantes do Ministério Público (MP). Um chaveiro foi chamado para abrir o apartamento e um funcionário do hotel ao lado foi chamado como testemunha. Há uma equipe da PF em outra fazenda em Cláudio, esta pertencente a Frederico Pacheco de Medeiros. Primo e homem de confiança de Aécio, ele é apontado como responsável por receber R$ 2 milhões dos donos da JBS a pedido do tucano.
Há também o imóvel da irmã do senador, Andréa Neves, em Copacabana, no Rio. Os policiais precisaram da ajuda de um chaveiro para entrar no apartamento do oitavo andar, onde moraria Andréa. A PF aguardou cerca de uma hora para abrir a porta. Segundo um morador do prédio, que pediu para não ser identificado, o apartamento do oitavo andar estava desocupado.
Ele disse que viu há cerca de dois meses um caminhão de uma empresa de mudanças na calçada do prédio, mas não tinha como confirmar se eram os moradores do oitavo andar que estavam de mudança. A operação chamou a atenção de vizinhos e de estudantes da escola municipal que fica ao lado.
Aécio Neves responde a sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência da operação Lava-Jato. Em nota, o senador afirmou que a relação com Joesley Batista era “estritamente pessoal” e sem envolvimento com o setor público. O parlamentar afirmou ainda estar tranquilo em relação aos seus atos. As informações são do jornal O Globo.