O procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot, pediu a prisão do senador tucano Aécio Neves (MG). Esse pedido, por sua vez, foi enviado ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Edson Fachin. A Polícia Federal (PF) iniciou a manhã desta quinta-feira (18) cumprindo mandados judiciais nas residências e nos gabinetes dos senadores da República Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG), além de endereços de várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã do tucano, Andréa Neves, que já foi presa pela PF, o filho do peemedebista, Gustavo Perrella, além do primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros – que teria sido filmado recebendo R$ 2 milhões a mando do empresário Joesley Batista, da JBS. Fred, como é conhecido, também já foi preso pela PF.
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As medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. A operação mira citados na delação do empresário Joesley Batista, e de outros empresários do grupo. Além do gabinete no Senado, os policiais estão nos apartamentos de Aécio em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além da fazenda dele, em Cláudio (MG). Há ainda mandados sendo cumpridos no gabinete em Brasília, na casa e no escritório de Zezé Perrella em Belo Horizonte, fora endereços de um contador e de empresas ligadas a ele. A PF vasculha também a casa do doleiro Gaby Amine Toufic, em Belo Horizonte, e de funcionários do peemedebista, incluindo o assessor Mendherson Souza.
Prisões
A irmã do senador Aécio Neves, Andréa Neves, foi presa por agentes da PF e do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (18) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No Rio de Janeiro, um chaveiro foi chamado para os agentes cumprirem o mandado de busca e apreensão no apartamento de Andréa em Copacabana, na Zona Sul. O primo do presidente do PSDB, Fred, também foi preso preventivamente pela PF. Além dele, um assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG) também foi preso e a irmã do operador financeiro Lucio Bolonha Funaro, chamada Roberta. Todos foram citados na delação de Joesley Batista. Em todos os casos os mandados são de prisão preventiva.
Propina
O diálogo entre Joesley Batista, dono da JBS, maior fabricante de proteína animal do mundo, e o senador Aécio Neves, teve tons estarrecedores, segundo mostra a reportagem do jornal O Globo. De acordo com a reportagem, quando Aécio e Joesley combinam a entrega dos R$ 2 milhões pedidos pelo senador — alegadamente para ajuda no pagamento da defesa do político nos processos da Operação Lava Jato —, o tucano faz uma exigência em relação à pessoa que iria receber o dinheiro: “Tem que ser um que a gente mate antes de fazer delação”.
Ele continua: “Vai ser o Fred, com um cara seu [Joesley]. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”. Fred, no caso, é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, ex-diretor da Cemig e um dos coordenadores da campanha do tucano a presidente em 2014. Jornal da Chapada com informações da Agência Estado.
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