Dez trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados no Estado do Pará por policiais civis e militares em ação de reintegração de posse no município de Pau D’Arco. O fato foi repudiado pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), durante as manifestações em Brasília na última quarta-feira (24). Para o parlamentar, o massacre é mais um ato que reflete o desgoverno do presidente Michel Temer (PMDB). “Isso significa que o latifúndio e o agronegócio estão se sentido com liberdade para fazer o que quiser. O Pará já tem um histórico de massacre com o ‘Eldorado dos Carajás’ e agora mais um contra trabalhadores rurais sem-terra. Não podemos aceitar! Todas as forças democráticas, sociais, e todos os movimentos devem ser solidários e tomar as ruas contra a ação das polícias Civil e Militar do Pará. Vamos continuar lutando por reforma agrária”.
Para Assunção, a PM não pode usar sua força policial para tirar as vidas das pessoas, assim como um presidente da República não pode convocar as Forças Armadas com o frágil discurso de que era para conter a manifestação. “O ato de quarta entra para a história como o maior contra o governo de Michel Temer. Milhares de pessoas vieram a Brasília para protestos contra as reformas da Previdência e Trabalhista, para pedir eleições diretas e a renúncia do presidente golpista”. Sobre a intervenção do Exército, Valmir disse que não esperava outra atitude. “Ele revogou, nesta quinta [25], o decreto de intervenção militar por pressão popular, mas pessoas foram feridas e agredidas com tiros e bombas, transformando um ato pacífico em um campo de guerra”, salienta.
Segundo Assunção, a manifestação causou discórdia no Congresso Nacional, porque o presidente da Câmara foi quem solicitou ao presidente da República para chamar as Força Nacional e reprimir os manifestantes, depois jogou a determinação para o governo federal. “Isso é um absurdo! Mostra que estamos vivendo um ‘Estado de Sítio’. Falam que eram 35 mil pessoas, se tivesse esse número, tenho certeza que a polícia de Brasília daria conta, mas eram mais de 150 mil pessoas, as ruas estavam tomadas, por isso que pediram reforço das Forças Armadas. Acredito que isso é o desespero do governo golpista de querer passar um clima de normalidade no país. Se tivesse tudo normal, eles não iam querer as Forças Armadas para fazer segurança. Estamos vivendo um problema sério, uma crise política sem precedentes”.