Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, cerca de 15% dos casais brasileiros em idade reprodutiva vão ter problemas para conseguir ter filhos. A infertilidade consiste na ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de doze meses ou mais.
Cerca de 40% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos a mulher, 40% aos homens e em 20% dos casos a causa da infertilidade é desconhecida ou está presente nos dois sexos.Segundo o ginecologista Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Cenafert, é essencial que o homem participe com sua parceira da investigação para diagnóstico e tratamento da infertilidade conjugal.
“Controlar o estresse e a ansiedade, saber o período fértil da mulher, ter uma frequência de três relações sexuais por semana, evitar o uso de determinados lubrificantes vaginais (podem prejudicar a mobilidade dos espermatozoides) e não fumar são algumas recomendações que podem favorecer uma gravidez natural”, explica o ginecologista, Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Cenafert.
A obesidade também é um fator que pode comprometer a fertilidade nos dois sexos. Segundo o especialista, o excesso de peso desencadeia desequilíbrios hormonais que afetam a produção de espermatozoides e a ovulação. O médico Joaquim Lopes também alerta para a importância do sexo seguro na prevenção da infertilidade. As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) podem comprometer o aparelho reprodutor do homem e da mulher e estão entre as principais causas de infertilidade.
Maternidade adiada
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres brasileiras estão tendo filhos cada vez mais tarde. O número de mulheres que se tornam mães na faixa entre 30 e 39 anos aumentou de 22,5%, em 2005, para 30,8%, em 2015. No mesmo período, o número de mães mais jovens – entre os 20 e 24 anos de idade – caiu de 30,9% para 25,1%.
A mulher moderna tem priorizado seu crescimento profissional e sua estabilidade financeira e, por isso, opta por adiar seu projeto de maternidade para uma fase da vida, quando sua fertilidade já entrou em declínio. “Hoje é comum que mulheres tenham seu primeiro filho depois dos 35 anos de idade,” conta Joaquim Lopes. A idade da mulher é dos fatores naturais que comprometem a capacidade reprodutiva.
“Uma mulher com menos de 30 anos e vida sexual ativa, que deseja ser mãe, pode esperar até dois anos para que aconteça a gravidez se ela já foi avaliada por um especialista e não apresenta nenhum problema que possa afetar sua fertilidade. Caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar seis meses. Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil”, explica Joaquim Lopes.
Para preservar a fertilidade feminina, uma técnica chamada de vitrificação permite a criopreservação dos óvulos com bons resultados. “A possibilidade de criopreservar seus gametas traz uma nova perspectiva para a mulher atual, que pretende engravidar mais tarde”, lembra o especialista.
Infertilidade masculina
A varicocele (varizes na bolsa escrotal) é uma das causas mais comuns da infertilidade masculina e consiste na dilatação anormal das veias que drenam o sangue na região dos testículos. A baixa produção de espermatozoides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozoides e a qualidade do sêmen são alguns dos fatores que influenciam na fertilidade masculina. Há também causas genéticas em pacientes que não têm espermatozoides (azoospermia) ou que apresentam uma concentração inferior a cinco milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen (oligozoospermia severa).