O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) tomou conhecimento, nesta terça-feira (4), que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou seis pessoas pelo homicídio do líder Sem Terra, Fábio dos Santos Silva, que aconteceu na região de Iguaí, no sudoeste do estado, em abril de 2013. Assunção, membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais da Bahia (MST), aponta que os familiares ainda sofrem com a falta de respostas das autoridades. “Um crime bárbaro que até hoje não tem resposta. A família sofre com a morosidade da justiça, é preciso punir exemplarmente, para que crimes como esses não aconteçam mais em lugar algum do Brasil”, salienta o parlamentar.
Valmir diz que vai acompanhar de perto a tramitação da ação e espera que a investigação avance para a punição dos denunciados. “O MP narra detalhes do esquema que vitimou o companheiro Fábio Santos. Ele estava acompanhado da esposa e filha na hora. Foi um ato premeditado, a mando de fazendeiros com ação de vaqueiros da região de Iguaí. Estou perplexo com o nível de crueldade dessas pessoas. Tudo por quê Fábio lutava pela reforma agrária. Precisamos cobrar das autoridades rigor para que possamos dar respostas para a família. A violência no campo é um dos sérios problemas que vitima mais de 50 pessoas, em 2016 foram 54”, lembra.
Denúncia do MP
O crime contra Fábio Santos foi cometido, segundo a denúncia do MP, nas imediações da fazenda Providência, em uma rodovia rural que liga Iguaí ao Distrito de Palmeirinha. O promotor de Justiça Antônio Ferreira Leal Filho, autor da peça, diz que a vítima foi atingida por diversos tiros de armas fogo disparados pelo proprietário rural Délcio Nunes Santos e pelo vaqueiro Ricardo Neves de Oliveira, durante uma emboscada.
Conforme o MP, os dois teriam sido contratados para executar o líder do MST por R$ 10 mil, pelo fazendeiro Welder Leonardo Gusmão Amaral, pelo comerciante Márcio Fabiano Cunha Borges e pelos vaqueiros Arenaldo Novais da Silva e Neuton Muniz da Silva. Eles chegaram de moto na estrada e atingiram Fábio com três tiros e depois que ele perdeu o controle do carro foi executado na frente da mulher e da filha. O promotor aponta que um dos motivos do crime de mando foi a atuação da vítima em prol da reforma agrária, o que prejudicava os “interesses dos denunciados”.