Por Jairo Martins*
O Brasil encontra-se num ponto de inflexão. Agora é o momento de mudar o rumo da curva e seguir um novo caminho. Independentemente da continuidade do atual governo, vivemos um momento de escolhas. Vivemos uma política arcaica feita por compadres que atuam em benefício próprio. Mas podemos construir uma nova política, mais moderna e sustentável voltada para o povo, respeitando a ética e os princípios da sustentabilidade.
Existe um abismo ético entre dois Brasis dentro do Brasil. De um lado, temos histórias como a do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala de dinheiro com R$ 500 mil da JBS, no auge de seus 50 anos de idade. É o Brasil da mentira, da fraude, da imoralidade, da conveniência, do “jeitinho”. Do outro lado, temos o Brasil da honestidade, da visão estratégica, do comprometimento e da resiliência. O Brasil como o de Rivânia Silva, uma menininha de apenas oito anos que comoveu a web após fugir de uma enchente, em Pernambuco, segurando uma mochila de livros. E mesmo estando nos primeiros anos da escola, ao ser questionada pela atitude de salvar os livros, ela respondeu: “Porque eles são meu futuro”.
O Brasil do Rodrigo Loures não funciona mais. O novo Brasil que se apresenta, mais moderno, mais honesto, mais comprometido, mais responsável, baseado na ética e no ser humano, depende, contudo, de um novo modelo mental. E para passarmos por todas as grandes reformas, tanto a trabalhista, da previdência e da política, precisamos de um modelo que possibilite às pessoas trilharem o Brasil da Rivânia. É preciso que haja prioritariamente uma “Reforma dos Políticos”.
Para executar todas as reformas que precisamos, não precisamos reinventar a roda. O Modelo de Excelência em Gestão® – o Vade mecum para a boa gestão já existe. O termo em latim vade mecum é a simples designação para manual de uso ou livro. Temos o manual disponível, que traz a liderança transformadora, o pensamento sistêmico, o aprendizado organizacional e a inovação, o compromisso com as partes interessadas, a adaptabilidade, o desenvolvimento sustentável, a orientação por processos e a geração de valor como fundamentos-chave para a construção de qualquer reforma e podem ser aplicados tanto no plano de governo como no de Estado.
Está na hora de acordar, pois a política praticada até agora não serve mais e nunca deveria ter servido. E para termos mudanças exponenciais é necessário um novo modelo mental, novas lideranças, novas atitudes, mas nada precisa ser reinventado. Precisamos transpor o abismo dos Brasis e seguir o caminho correto. De que lado você quer ficar? 2018 pode ser o ponto de inflexão para promovermos a mudança que precisamos e merecemos. A bola está conosco. Vamos fazer as escolhas corretas.
*Jairo Martins é presidente executivo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)